Nesta quinta-feira, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra, feriado nacional oficializado a partir de 2024 que homenageia a resistência do povo negro no Brasil, simbolizada pela luta de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do período colonial. A data marca o assassinato de Zumbi em 1695, evento que se tornou símbolo da luta contra a escravidão e o racismo no país.
O Quilombo dos Palmares, situado na Serra da Barriga, hoje município de União dos Palmares, em Alagoas, foi fundado por negros fugitivos da escravidão nos engenhos de açúcar do Nordeste por volta de 1600. Estimativas indicam que essa grande comunidade chegou a abrigar mais de 30 mil pessoas, formando um refúgio resistente às investidas coloniais portuguesas e holandesas. Composto por diversas aldeias, o quilombo organizava sua defesa e vida comunitária com nomes de origem africana, indígena e portuguesa.
Zumbi nasceu livre em Palmares por volta de 1655 e, após ter sido capturado na infância pelos portugueses e educado por um padre, fugiu aos 15 anos para retornar ao quilombo, adotando o nome pelo qual é conhecido. Aos 25 anos, tornou-se líder da comunidade e comandou a resistência contra as expedições militares portuguesas. Em 1694, após a invasão portuguesa que destruiu a principal aldeia de Palmares, Zumbi continuou a lutar no mato por mais de um ano até ser capturado e morto em 20 de novembro de 1695.
A escolha do dia 20 de novembro como Dia da Consciência Negra tem origem nos anos 1970, quando um grupo de estudantes e militantes negros de Porto Alegre rejeitou a celebração do 13 de maio — data da abolição da escravidão — por entender que a liberdade formal concedida não significou inclusão ou direitos para os negros. O movimento escolheu Zumbi como símbolo da resistência negra, fortalecendo a data como momento de reflexão sobre a história e a luta contra a discriminação racial no Brasil. Em 2011, o Dia de Zumbi e da Consciência Negra foi instituído por lei federal, consolidando sua relevância como feriado e celebração da cultura e dos direitos da população negra no país. Desde então, a data tem sido reconhecida em diversos estados e em mais de mil municípios, promovendo debates e ações de valorização da contribuição negra para a história e a identidade brasileiras.

