Repercutiu o encontro do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, com a presidente petista Gleise Hoffmann, nesta última semana.
Cartaxo não poupou elogios a Lula e tenta criar, com ajuda petista, uma frente de centro-esquerda que viabilize seu nome na disputa por algum cargo nas eleições de 2022, após a desastrosa derrota da sua cunhada, nas eleições municipais, quando tentou emplacá-la como sua sucessora na prefeitura de João Pessoa.
Mas em qual Cartaxo acreditar?
A trajetória política do ex-vereador de João Pessoa, inclui nas suas entrelinhas, uma saída tumultuada do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, Cartaxo era o único prefeito de capital do nordeste do PT.
No auge da crise política do petrolão, não titubeou e abandonou o barco petista e o apoio ao governo da presidente Dilma Roussef. Se filiou ao PSD de Gilberto Kassab, um dos partidos mais orgânicos do centrão e disputou sua reeleição sem o fantasma da corrupção petista para lhe assombrar.
Dos 37 deputados do PSD, 29 votaram a favor do impeachment de Dilma.
Ao anunciar sua saída do PT, Cartaxo argumentou que não poderia ser “penalizado” por “erros de terceiros” em escândalos nacionais de corrupção, como o esquema que fraudou contratos com a Petrobras e desviou pelo menos 6 bilhões de reais.
Na verdade, o PT da Paraíba, nunca o perdoou pelo abandono à Dilma no auge da crise que levou ao impeachment da presidente e tempos mais tarde acabaria por levar Lula para a cadeia. Já naquela época o partido reagiu, e o então presidente do PT Charliton Machado, resumiu: “todo o PT e vários setores não mudaram de lado. Os covardes mudaram”, anunciando logo em seguida o rompimento com a gestão de Luciano Cartaxo na capital.
Em político, se deve confiar, desconfiando, como se costuma dizer. Mas quando se trata de politicos sem ideologias, que seguem as correntes da política conforme suas próprias conveniências, desses, devemos manter distância, pois são capazes de qualquer coisa pelo poder.
Cartaxo já ensaiou uma aproximação com a direita e foi rejeitado, agora tenta convencer a esquerda de que tem projeto político para além de eleger seus familiares.
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.