Após 15 anos de trabalho e estudos, o Parque Nacional da Serra do Teixeira, o primeiro da história da Paraíba, se tornou realidade. Nesta segunda-feira (5), no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente Lula assinou o decreto que marca a criação da unidade de conservação. A solenidade contou a presença do governador João Azevêdo e da secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rafaela Camarense.
“Hoje é um dia para comemorar, um dia que entra para a história da Paraíba. No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Paraíba ganha o seu primeiro parque nacional. O Nordeste tem seis parques de conservação e esse chega para contribuir com a proteção de todo um ecossistema. Além disso, teremos mais um espaço para a prática de ecoturismo, trazendo benefícios econômicos e sociais para a região”, disse Rafaela Camarense, destacando o empenho de toda equipe técnica.
De acordo com estudos realizados por técnicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Paraíba, o Parque Nacional da Serra do Teixeira terá aproximadamente 61.158 hectares – que corresponde a 1% de todo o território paraibano. A criação é de extrema importância para a proteção de sítios geográficos, inclusive o Pico do Jaber, e também do Bioma da Catinga. O parque será administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversida (ICMBio).
Proteção – A implantação do Parque Nacional da Serra de Teixeira irá proteger cerca de 70 nascentes de água existentes naquela serra, sendo 70% das nascentes da bacia do Rio Piranhas/Açu. Trata-se de importante unidade de conservação que protegerá de forma integral todas as riquezas biológicas e cênica encontradas na região, integralmente localizada no bioma Caatinga.
Rafaela Camarense coordena o Bioma da Caatinga dentro do Consórcio Brasil Verde. Ele é um ecossistema exclusivamente brasileiro, ocupando, aproximadamente, cerca de 70% da Região Nordeste e 11% do território nacional. “Na Paraíba, 90% da vegetação dominante é a Caatinga, que está presente em 177 dos 223 municípios do estado. Sempre defendi uma política nacional unificada para a proteção desse ecossistema e o Parque Nacional da Serra do Teixeira mostra que estamos no caminho certo”, disse.
Flora – Conforme estudo apresentado em 2009, o Parque Nacional da Serra de Teixeira apresenta pelo menos 265 espécies, das quais 24 são endêmicas (exclusivas dessa área e não são encontradas em outros lugares) à Caatinga e ao menos seis espécies encontram-se ameaçadas de extinção.
Fauna – A unidade possui uma relevante representatividade da biodiversidade. São no total 237 espécies registradas, apenas para os quatro grupos de vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Pelo menos 19 espécies estão entre as listas vermelhas de fauna ameaçada de extinção, e tantas outras correm riscos pelo seu potencial sinergético, sendo caçadas de forma ilegal. Entre toda a fauna, o registro mais importante é o do jacaré-do-papo-amarelo, podendo ser a única população natural deste réptil no semiárido paraibano.