Segundo a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão governamental responsável por ações de espionagem e contraespionagem, monitorou ilegalmente, no governo Jair Bolsonaro (2019-2023), ao menos quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), quatro deputados federais, quatro senadores, um ex-governador, dois servidores do Ibama, três auditores da Receita e quatro jornalistas.
Dentre os diversos alvos da Abin paralela, destaca-se Arthur Lira (PP-AL), Presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Bolsonaro à época das supostas manobras de espionagem, bem como adversários do ex-capitão, tais como o ministro Alexandre de Moraes e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
A Polícia Federal foi, nesta quinta-feira (11), às ruas para cumprir cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em uma nova fase da operação Última Milha. Desde 2023, a operação investiga o possível uso ilegal de sistemas da Abin para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro.
Segundo a PF foram monitorados:
Poder Judiciário: ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, todos do Supremo Tribunal Federal.
Poder Legislativo: deputados Arthur Lira, presidente da Câmara, Rodrigo Maia (então presidente da Câmara), Kim Kataguiri e Joice Hasselmann; senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
Poder Executivo: ex-governador de São Paulo, João Dória, servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, auditores da Receita Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
Jornalistas: Mônica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista