Venezuela cancela convite após receber críticas de Alberto Fernandez

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández confirmou que o governo venezuelano, por meio do Conselho Nacional Eleitoral, removeu o convite para que ele atuasse como observador na eleição presidencial do país, programada para ser realizada no próximo domingo, 28 de julho. Alberto Fernández havia dito que, se Maduro, eventualmente, perdesse a eleição, deveria aceitar a derrota.

“O governo nacional venezuelano me transmitiu sua vontade de que eu não viajasse e desistisse de cumprir com a tarefa que me havia sido encomendada pelo Conselho Nacional Eleitoral”, publicou Fernández em seu perfil na rede social X.

“A razão que me foi dada é que, a juízo daquele governo, declarações públicas realizadas por mim a um veículo nacional causavam incômodo e geravam dúvidas sobre minha imparcialidade. Entenderam que a coincidência com o que havia expressado um dia antes o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, gerava uma espécie de desestabilização do processo eleitoral”, acrescentou o ex-presidente argentino.

“Diante dessa demanda insólita, achei conveniente não viajar e não dar motivo para ser acusado de querer atrapalhar uma jornada eleitoral transcendental, quando apenas tentava cumprir com a tarefa própria de um observador eleitoral”, disse Fernández.

O “desconvite” acontece após Maduro afirmar que haveria “um banho de sangue” caso perdesse as eleições para seu opositor no pleito, Edmundo González Urrutia, que conta com o apoio de María Corina Machado, vista como a maior adversária de Nicolás Maduro, e que foi impedida de disputar eleições para cargos públicos.