Facção criminosa estaria interferindo nas eleições de João Pessoa, revela investigação da Polícia Federal

Reportagem do Portal UOL, trouxe à tona novos desdobramentos da investigação da Polícia Federal, conduzida como parte da Operação Território Livre, que trouxe à tona um esquema de interferência política em João Pessoa, envolvendo de uma facção criminosa, a Operação, deflagrada no último dia 19, revelou que o líder da facção Nova Okaida, Keny Rogeus Gomes da Silva, conhecido como “Poeta”, supostamente enviava ordens de dentro de uma penitenciária de segurança máxima para vetar candidatos e coagir eleitores a apoiarem determinados políticos.

Poeta, condenado a 36 anos de prisão por comandar atividades ilícitas no bairro São José, continuava a exercer controle sobre a área, mesmo detido na Penitenciária Doutor Romeu Gonçalves Abrantes (PB1). As mensagens, trocadas via WhatsApp, detalham como ele e sua esposa, Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, coordenavam ações para garantir a vitória de políticos alinhados à facção.

Envolvimento da vereadora Raíssa Lacerda (PSB)

Entre os suspeitos está a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), presa sob acusação de colaborar com o grupo criminoso, recentemente ela teve o Habeas Corpus negado pelo TER-PB. Ela é apontada como intermediária entre a facção e cargos na Prefeitura de João Pessoa. De acordo com as investigações, a vereadora teria usado sua influência para facilitar nomeações, como a do filho de Pollyanna, contratado pela Secretaria de Saúde, cuja titular é Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena.

Campanha estaria marcada por intimidação, segundo PF

Os relatos mostram que a facção controlava quem poderia fazer campanha em áreas como o bairro São José. Em mensagens capturadas pela PF, Poeta ordena que adversários políticos sejam impedidos de pedir votos e que eleitores que não sigam as orientações da facção sejam coagidos. Em um dos diálogos, Pollyanna menciona que o grupo estava empenhado em garantir a reeleição do prefeito Cícero Lucena, inclusive comprando votos e financiando campanhas com dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

Um dos áudios revela que Poeta teria abastecido motocicletas de eleitores com dinheiro da facção, uma prática caracterizada pela PF como compra de votos. Além disso, o grupo teria se beneficiado de recursos públicos através de ONGs como o Ateliê Vida, cujos representantes também estão sob investigação.

Reações e defesa

Tanto a vereadora Raíssa Lacerda quanto o prefeito Cícero Lucena negaram veementemente as acusações. Raíssa, em nota oficial, se disse vítima de uma “ardilosa perseguição eleitoral”, enquanto o prefeito declarou que está sendo alvo de uma campanha de fake news. “Lamento profundamente que, em vez de debater propostas para o futuro de nossa cidade, nossos adversários tenham se unido para um festival de mentiras e ataques”, afirmou Lucena.

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