O Ministério da Saúde do Brasil emitiu um alerta para reforçar a vigilância e a vacinação contra o sarampo em todo o país, dado o aumento nos casos da doença. Até a Semana Epidemiológica 38, que ocorreu entre 29 de setembro e 5 de outubro, foram confirmados 34 casos de sarampo no Brasil. Dessas ocorrências, nove foram trazidas por pessoas que retornaram do exterior, 22 tiveram contato com indivíduos infectados lá fora, e três são geneticamente compatíveis com vírus em circulação em outros países.
Os estados de Tocantins, Maranhão e Mato Grosso estão enfrentando surtos de sarampo. No Tocantins, o surto começou no município de Campos Lindos, associado ao retorno de brasileiros que estiveram na Bolívia. No Maranhão, um caso foi confirmado em uma mulher não vacinada que teve contato com membros da comunidade em Campos Lindos. Em Mato Grosso, o surto teve início no município de Primavera do Leste, afetando uma família não vacinada que também esteve na Bolívia.
A falta de cobertura vacinal adequada é um dos principais fatores que contribuem para a reintrodução do vírus no país. A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, destaca que a baixa adesão à vacinação permite que o sarampo se propague facilmente entre populações suscetíveis, especialmente nas regiões com menor cobertura vacinal. Em 2025, a cobertura vacinal das doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) no Brasil foi de 91,2% para a primeira dose e 74,6% para a segunda, abaixo da meta de 95%.
Globamente, o sarampo continua a ser uma preocupação, com 360.321 casos suspeitos e 164.582 confirmados em 173 países até 9 de setembro de 2025, segundo a Organização Mundial da Saúde. As regiões com mais casos incluem o Mediterrâneo Oriental, África e Europa. Nas Américas, foram confirmados 11.691 casos, com 25 mortes em dez países, sendo o Canadá, México e Estados Unidos os mais afetados. Na América do Sul, países como Bolívia, Paraguai e Peru também enfrentam surtos ativos.
