O Brasil e os Estados Unidos devem realizar uma nova reunião em novembro, continuando a retomada do diálogo entre os dois países após meses de tensões diplomáticas. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após um encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, em Washington. A reunião, que durou cerca de uma hora, ocorreu em um clima de “excelente descontração e troca de ideias”, com foco principal nas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros desde agosto.
“Foi muito produtivo, com muita disposição para trabalhar em conjunto e traçar uma agenda bilateral de comércio”, destacou Vieira. A reunião teve duas etapas: uma conversa privada entre Vieira e Rubio e outra com a participação de diplomatas e representantes comerciais de ambos os governos. Equipes técnicas dos dois países devem iniciar negociações em breve para tentar reverter essas tarifas.
Além disso, Vieira também afirmou que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar nos próximos meses, embora a data e o local ainda não estejam definidos. “Está mantido o objetivo de que os líderes se reúnam proximamente. Há interesse de ambas as partes para que isso aconteça o quanto antes”, declarou o ministro.
As relações entre Brasil e Estados Unidos enfrentam instabilidade devido às tarifas impostas e a sanções financeiras aplicadas a autoridades brasileiras, medidas vistas como retaliação política. A reunião entre Vieira e Rubio é o primeiro encontro de alto nível desde que Trump reassumiu a Presidência, em janeiro. A reunião sinaliza um esforço de reaproximação entre os dois países, iniciado após uma conversa entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro.
Nos próximos passos, Vieira e Rubio devem manter contato direto para definir a agenda de reuniões técnicas. A expectativa é que, até novembro, sejam traçadas as bases para uma negociação ampla sobre tarifas e cooperação comercial. “O importante é que prevaleceu uma atitude construtiva, com aspectos práticos para a retomada das negociações entre os dois países”, destacou o chanceler. “Há boa química entre os governos, e o diálogo está aberto.”

