A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, manifestou cautela ao ser questionada sobre a nomeação do sucessor do ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou antecipadamente da Corte. Embora tenha reafirmado públicamente sua posição favorável à maior presença de mulheres no STF, ela evitou fazer um pedido direto ao presidente da República sobre a indicação de uma mulher para a vaga aberta. Cármen Lúcia explicou que juízes não podem fazer solicitações formais ao presidente para não comprometerem a imparcialidade das suas funções. Ela destacou que sua opinião sobre a ampliação feminina no Supremo é conhecida, mas preferiu não comentar especificamente o atual caso após a aposentadoria de Barroso.
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada no início de outubro de 2025 e deixará oficialmente o cargo no dia 18 do mesmo mês. Ele tinha 67 anos e poderia permanecer na Corte até 2033. Barroso foi nomeado para o STF em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, tendo uma trajetória acadêmica e jurídica destacada, com formação em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestrado em Yale e doutorado na UERJ. Durante seus doze anos no tribunal, contribuiu decisivamente em julgamentos relevantes sobre direitos civis, como reconhecimento das uniões homoafetivas e a proteção contra o racismo. Além disso, presidiu tanto o STF quanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a saída do ministro, recai sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responsabilidade para indicar o novo integrante da Suprema Corte, sem prazo determinado para isso. No contexto da escolha, alguns ministros do STF, incluindo Cármen Lúcia, reforçam a importância de ampliar a representatividade feminina no tribunal, lembrando que ela é atualmente a única mulher entre os ministros. Também há pressões de entidades da sociedade civil para que o presidente escolha uma mulher para a vaga. Internamente, embora nomes masculinos estejam cotados, há expectativa pública para que a indicação reflita avanços na diversidade, incluindo a eventual nomeação de uma mulher negra para compor o plenário da mais alta instância do Judiciário brasileiro.

