Um jovem de 25 anos morreu em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, após ingerir bebida alcoólica adulterada com metanol, elevando para sete o número de mortes no estado relacionadas a esse tipo de intoxicação desde o final de setembro. O caso foi informado no boletim mais recente divulgando pela Secretaria de Saúde de São Paulo. O estado concentra o maior número de ocorrências, com 42 casos confirmados, incluindo três mortes na capital paulista e outros óbitos em cidades como São Bernardo do Campo, Osasco e Jundiaí.
No Brasil, o total de mortes confirmadas por ingestão de bebidas contaminadas com metanol chegou a dez, segundo o Ministério da Saúde, com casos fatais também em Pernambuco e Paraná. Ao todo, foram 53 intoxicações confirmadas em todo o país, enquanto 28 mortes suspeitas foram descartadas. Outros casos suspeitos permanecem em investigação em diversos estados, entre eles São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Paraíba.
O metanol, substância clara, inflamável e usada em solventes e indústrias, é altamente tóxico para o organismo, sendo metabolizado em compostos perigosos que podem causar cegueira irreversível, falência de órgãos e morte. Os sintomas mais comuns da intoxicação são visão turva ou perda da visão, náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese. Diante do aparecimento desses sinais, é fundamental buscar atendimento médico imediato, pois a intoxicação é uma emergência médica grave.
Em São Paulo, operações das autoridades de saúde e segurança pública resultaram na apreensão de milhares de garrafas de bebidas alcoólicas sem procedência comprovada, muitas delas em estabelecimentos suspeitos de comercializar o produto adulterado. Diversas ações de fiscalização foram realizadas em bares, adegas e comércios em diferentes regiões da capital e do estado, procurando controlar a circulação dessas bebidas ilegais.
O Ministério da Saúde reforça a importância da notificação rápida dos casos suspeitos pelas unidades de saúde para facilitar o mapeamento das origens da contaminação e orientar o tratamento adequado. Recomenda-se ainda que pessoas que tenham consumido bebidas similares busquem avaliação médica imediatamente para evitar desfechos graves. O tratamento pode contar com o uso de antídoto, como o etanol farmacêutico, indicado para inibir a metabolização do metanol no organismo.
A situação tem mobilizado as autoridades sanitárias, que mantém um gabinete de crise para monitoramento contínuo dos casos e reforçam a necessidade da população evitar o consumo de bebidas de procedência duvidosa, alertando para os perigos da adulteração que coloca em risco a saúde pública.

