Em Wuxi, na China, o taekwondo brasileiro viveu um dia para entrar na história. Nesta sexta-feira, dia 24, Maria Clara Pacheco, de apenas 22 anos, conquistou o ouro no Campeonato Mundial da modalidade, na categoria até 57 kg, quebrando um jejum de 20 anos desde a última medalha de ouro do Brasil, conquistada por Natália Falavigna em 2005. O feito é ainda mais impressionante porque, na final, Maria Clara superou a sul-coreana Yu-Jin Kim, atual campeã olímpica, em uma partida decidida nos detalhes: 2 a 2 na primeira parcial e 12 a 10 na segunda, totalizando 2 a 0.
A trajetória da jovem atleta rumo ao topo do mundo começou dentro de casa, com o apoio da família e da equipe técnica, mas se consolidou em torneios internacionais. Líder do ranking mundial e olímpico, Maria Clara chegou ao Mundial como a principal favorita. Na estreia, derrotou a portuguesa Leonor Correia. Depois, superou a espanhola Laura Rodriguez Marquina e a norte-americana Faith Dillon, classificando-se para a semifinal, onde venceu a chinesa Luo Zongshi, sua adversária nas Olimpíadas de Paris 2024, garantindo a vaga na decisão.
Emocionada, Maria Clara não escondia a felicidade após a conquista. “É uma emoção que eu não consigo explicar, é a primeira vez que eu ganho um título tão importante e era realmente o objetivo do ano. Estou muito feliz, agradeço a todos que estavam na torcida! E mando um abraço especial para a minha mãe, para o meu pai, dedico essa vitória para o meu treinador, que está aqui e tornou tudo possível, e agradeço grandemente à CBTKD e ao Time Brasil por todo o suporte”, declarou a campeã.
O ano de 2025 já havia sido especial para Maria Clara. Antes do Mundial, ela conquistou o título do Grand Prix de Charlotte, nos Estados Unidos, e do Grand Prix de Muju, na Coreia do Sul – justamente ao derrotar Yu-Jin Kim em solo sul-coreano, em um feito raro para atletas estrangeiras. Além disso, garantiu o ouro inédito para o Brasil nos Jogos Mundiais Universitários, realizados na Alemanha, consolidando-se como a principal nome do taekwondo feminino brasileiro da atualidade.
A vitória de Maria Clara Pacheco resgata o protagonismo do Brasil em um esporte que, apesar do histórico de medalhas, via o topo do mundo como um sonho distante desde a conquista de Natália Falavigna. O feito na China coloca a jovem atleta no seleto grupo de brasileiras campeãs mundiais, reacendendo a esperança de que novos talentos possam seguir seus passos. A Confederação Brasileira de Taekwondo e o Time Brasil receberam agradecimentos públicos da atleta, que destacou o apoio fundamental para sua preparação.
O Mundial de Wuxi segue até a próxima quinta-feira, dia 30, sob os holofotes da imprensa esportiva internacional, mas o nome de Maria Clara Pacheco já está gravado nos anais do esporte nacional. Sua trajetória, marcada por dedicação, resiliência e superação, serve de inspiração para uma nova geração de atletas, que agora pode vislumbrar o pódio mundial como uma possibilidade real.
