O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ele e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trocaram telefones para facilitar a comunicação direta caso surjam dificuldades nas negociações bilaterais entre os dois países. Lula destacou que essa medida visa a uma negociação mais ágil e pessoal, com o compromisso de dialogar imediatamente diante de qualquer impasse. Em conversa breve com a imprensa, em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente brasileiro ressaltou que não era esperado que todos os problemas fossem resolvidos em uma única reunião, evidenciando que o caminho será de negociação contínua.
A declaração de Lula ocorreu após Donald Trump, ao deixar a Malásia, classificar o encontro com o presidente brasileiro como “muito bom” e descrever Lula como “um cara bastante enérgico”, mas sem garantir um acordo. Trump mencionou que “não sabe se algo vai acontecer”, ressaltando a incerteza típica desse tipo de negociação. Lula concordou com essa visão, explicando que reuniões iniciais são o começo de um processo maior. Entre os temas em discussão estão o fim da sobretaxação de produtos brasileiros nos EUA e a suspensão de punições aplicadas pelo governo americano a membros do Supremo Tribunal Federal e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e sua família.
Lula também reafirmou a qualidade das equipes técnicas que continuam as negociações, citando nomes como Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira. Ele entregou a Trump um documento oficial detalhando as reivindicações brasileiras para que os termos da conversa não ficassem apenas no campo verbal. A diplomacia brasileira está trabalhando intensamente para buscar avanços nessas questões comerciais e políticas, contando com interlocutores de alto nível tanto do lado brasileiro quanto do americano.
O encontro entre Lula e Trump ocorreu no contexto da participação do presidente brasileiro na 20ª Cúpula da Ásia do Leste, realizada em Kuala Lumpur, onde também participou de eventos oficiais como a abertura da cúpula e um jantar de gala oferecido pelo presidente da Malásia, Anwar Ibrahim, e sua esposa. A visita de Lula à região inclui ainda passagem pela Indonésia e a participação na 47ª Cúpula da ASEAN, reforçando a estratégia de fortalecimento dos laços internacionais do Brasil no Sudeste Asiático.
A reação a esse diálogo entre os dois líderes tem sido positiva no Brasil, com setores industriais e políticos enxergando a reunião como um avanço concreto e um sinal de que a diplomacia brasileira retomou papel central nas relações com os Estados Unidos. Além da cordialidade do encontro, Trump também reconheceu a vitalidade de Lula, que comemorou seu 80º aniversário no dia da reunião. As conversas seguem em andamento, com equipes designadas para aprofundar as negociações e buscar soluções práticas para as pendências entre os países.
