Milhares de fiéis reuniram-se em Belém para participar do Recírio, a última procissão da Festividade Nazarena de 2025, realizada nesta segunda-feira, 27 de outubro, que encerra oficialmente os 15 dias de homenagens a Nossa Senhora de Nazaré. A celebração iniciou-se com uma missa campal na Praça do Santuário, presidida pelo arcebispo emérito dom Alberto Taveira Corrêa, seguida da Romaria do Recírio, a 14ª e última procissão da festividade. Nesta romaria, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré percorreu cerca de 800 metros pelas ruas centrais de Belém, acompanhada por aproximadamente 50 mil pessoas. Logo após a procissão, a imagem original, carinhosamente chamada de Nazinha, foi recolocada no Glória do Altar-Mor da Basílica Santuário, onde permanecerá até o início da próxima festividade em 2026.
A procissão do Recírio mantém viva uma tradição que já dura mais de 160 anos, sendo realizada desde 1859. Este ano, o evento contou com a presença do novo arcebispo metropolitano de Belém, dom Júlio Endi Akamine, que destacou a emoção e a devoção expressas pelos fiéis, ressaltando a força da fé e do testemunho pessoal vivenciado durante a festa. Na principal procissão do Círio, realizada no segundo domingo de outubro, cerca de 2,5 milhões de romeiros participaram do percurso de 52,3 quilômetros, testemunhando a magnitude da maior festa católica do Brasil. Aproximadamente 100 mil turistas visitaram Belém para acompanhar as celebrações, que também mobilizaram as cidades vizinhas de Ananindeua e Marituba.
O Círio de Nazaré é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e impacta fortemente a economia local, movimentando cerca de R$ 210 milhões, segundo estimativas do Dieese, por meio do turismo, hotelaria, alimentação, transporte e comércio. Para 2026, o tema da festividade foi anunciado como “Maria, missionária que nos dá Jesus”, prometendo mais um momento significativo de fé e cultura para os paraenses e turistas que acompanham essa demonstração de devoção secular.
O encerramento da festividade no Recírio marca não apenas o fim das celebrações religiosas, mas também o reforço de uma tradição que une fé, cultura e desenvolvimento regional, reafirmando a importância da devoção a Nossa Senhora de Nazaré para o povo do Pará e sua identidade religiosa e cultural.
