Home / Brasil e Mundo / Ministros farão reunião de emergência com Castro nesta quarta-feira

Ministros farão reunião de emergência com Castro nesta quarta-feira

Os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, realizarão uma reunião de emergência nesta quarta-feira com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para discutir os desdobramentos da Operação Contenção, considerada a mais letal já registrada no estado. A operação, deflagrada na terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha, resultou na morte de pelo menos 64 pessoas, entre elas 60 civis suspeitos e quatro policiais, além da prisão de 81 envolvidos e apreensão de 93 fuzis. O objetivo da ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias civil e militar, foi combater a expansão territorial do Comando Vermelho e capturar lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados.

Durante a operação, houve forte resistência dos criminosos, que utilizaram drones para lançar granadas contra as forças de segurança e ergueram barricadas para atrasar o avanço policial. O governo do estado define o episódio como a maior operação de segurança dos últimos 15 anos, enquanto a população local enfrentou um cenário de guerra, com interrupção de serviços, fechamento de escolas e vias bloqueadas.

O governador Cláudio Castro solicitou ao ministro Rui Costa a transferência de dez detentos para presídios federais, acusados de liderar ações criminosas de dentro da cadeia, que resultaram no caos na cidade, incluindo bloqueios de vias e sequestros de ônibus. Em coletiva, o governo federal informou que autoridades e forças policiais federais presentes à reunião afirmaram não ter sido consultadas ou solicitadas para apoiar ou participar da operação realizada pelo governo estadual.

O episódio gerou críticas significativas, inclusive da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que manifestou preocupação com a escalada da violência e anunciou que abrirá investigações para apurar as circunstâncias da ação, que transformou as favelas em verdadeiro campo de batalha. Organizações de direitos humanos classificam a operação como uma expressão da violência estrutural na política de segurança do Rio, ressaltando que as estratégias se baseiam no uso da força extrema e têm impacto desproporcional sobre as populações negras e pobres.

No âmbito federal, uma reunião ampliada com a participação do presidente em exercício Geraldo Alckmin e vários ministros avaliou a situação, buscando coordenar as próximas medidas diante da crise gerada pela operação. Essa articulação de emergência revela a gravidade do momento vivido no estado, marcado por uma escalada de conflitos entre o Estado e organizações criminosas, em um cenário que expõe desafios prolongados sobre segurança, direitos humanos e políticas públicas no Rio de Janeiro.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)