Uma megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da cidade, resultou em uma das ações mais letais da história do estado. A Operação Contenção, deflagrada na terça-feira, 28 de outubro, mobilizou cerca de 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar, com o objetivo de combater a expansão territorial da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e prender suas lideranças.
A operação foi marcada por intensos confrontos, com o uso de drones, helicópteros, veículos blindados e explosivos. Criminosos reagiram com bombas lançadas por drones, transformando a região em um cenário de guerra. O saldo oficial inicialmente reportado foi de 64 mortos, incluindo quatro policiais, e 81 prisões. No entanto, o número de mortos foi posteriormente atualizado para 121, segundo o governo estadual.
Testemunhas relataram cenas de violência extrema, com corpos encontrados sem camisa, fuzilados, e até decapitados. Moradores e familiares das vítimas denunciaram execuções e torturas, contrariando a versão oficial de que as mortes ocorreram em confrontos. A Associação de Moradores do Parque Proletário da Penha também confirmou esses relatos, destacando que o socorro tardio pode ter aumentado o número de mortos.
A operação gerou grande impacto na cidade, com bloqueios e interrupções no transporte público, mas o Rio de Janeiro retornou à normalidade na manhã seguinte. O Instituto Sou da Paz classificou a operação como uma “tragédia sob todos os enfoques”, questionando a eficácia de ações massivas e letais no combate ao crime organizado.

