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Gleisi diz que políticos de direita querem EUA intervindo no Brasil

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, Gleisi Hoffmann, criticou duramente governadores de partidos de direita por posições que, segundo ela, contribuem para a divisão política no Brasil e estimulam o discurso de intervenção militar dos Estados Unidos na América Latina. Gleisi apontou que esses governadores, liderados pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em vez de se unirem ao governo federal para propor soluções efetivas no combate ao crime organizado, estariam buscando ganhos políticos e colocando o país “no radar” do intervencionismo militar americano, especialmente sob o governo de Donald Trump. A ministra relacionou ainda o deputado federal Eduardo Bolsonaro, residente nos Estados Unidos, com ações que teriam prejudicado o Brasil, citando sanções comerciais e a aplicação da Lei Magnitsky, acusando-o de traidor da pátria.

O comentário de Gleisi ocorre em meio à repercussão da operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas e foi a mais letal da história do estado. A operação gerou apoio de governadores de direita, que, reunidos na capital fluminense, anunciaram o “Consórcio da Paz”, um projeto de cooperação para troca de informações de inteligência, apoio financeiro e reforço policial no combate ao crime organizado. Estiveram presentes governadores de Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e São Paulo, que elogiaram os resultados da ação policial.

Paralelamente, Gleisi defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, conhecida como a PEC da Segurança Pública, enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso. A proposta estabelece que a União coordene a política nacional de segurança pública, cujas diretrizes seriam obrigatórias para estados e municípios, preservando, segundo o governo federal, a autonomia das polícias estaduais. No entanto, governadores de direita, como Ronaldo Caiado, criticam a PEC por considerá-la uma intervenção federal que retira a autonomia dos estados sobre suas forças policiais.

A ministra ressaltou que segurança pública é uma questão complexa que exige inteligência, planejamento e a soma de esforços, não podendo servir a interesses eleitorais. Para Gleisi, a oposição de direita não apenas rejeita a colaboração política necessária para o enfrentamento do crime, como também coloca o Brasil na mira do intervencionismo externo, refletindo uma postura que ameaça a soberania nacional.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)