O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a sexta-feira, 31 de outubro de 2025, aos 149.540 pontos, registrando seu **quinto recorde consecutivo e a oitava alta seguida**. Essa trajetória aproxima o índice dos 150 mil pontos pela primeira vez, consolidando uma valorização de 2,26% no mês de outubro e acumulando ganhos de 24,3% no ano, impulsionada principalmente pela entrada expressiva de capital externo e pela alta das ações de grandes empresas como a Vale, que divulgou resultados robustos para o terceiro trimestre do ano.
O desempenho positivo do mercado acionário nacional ocorre em um contexto em que tanto fatores externos quanto internos contribuíram para o cenário de alívio e otimismo. Internacionalmente, a assinatura de um acordo entre Estados Unidos e China sobre terras raras diminuiu tensões comerciais, favorecendo o fluxo de investimentos para emergentes, incluindo o Brasil. Internamente, dados recentes do mercado de trabalho brasileiro indicaram que a taxa de desemprego se manteve no menor nível da série histórica, em 5,6%, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE, embora o indicador da taxa de ocupação tenha registrado ligeira queda, de 58,8% para 58,7% no trimestre encerrado em setembro.
No âmbito da moeda americana, o dólar comercial fechou praticamente estável, cotado a R$ 5,38, após oscilar ao longo do dia entre R$ 5,40 e R$ 5,37, refletindo a volatilidade típica do último dia útil do mês. Mesmo assim, a moeda americana acumula alta de 1,08% em outubro, embora registre queda de quase 13% em 2025, configurando-se como a moeda latino-americana com melhor desempenho no ano.
Especialistas avaliam que o cenário recente reduz a probabilidade de adiamento por parte do Banco Central do início dos cortes na taxa básica de juros (Selic), favorecendo investimentos de maior risco, como ações na bolsa. A confiança dos investidores também foi sustentada por resultados corporativos sólidos, destacando-se o lucro da Vale, de US$ 2,68 bilhões no trimestre, superior às expectativas, além dos fortes balanços das grandes empresas de tecnologia americanas, que influenciam positivamente o mercado global.
Este conjunto de fatores criou um ambiente propício para a continuidade da valorização da bolsa, apesar do momento de maior sensibilidade, já que a proximidade com patamares recordes eleva a possibilidade de revisões abruptas e correções no curto prazo. O volume financeiro negociado alcançou cerca de R$ 19,8 bilhões no pregão, demonstrando o vigor da movimentação no mercado. Assim, a bolsa brasileira segue surfando um clima global favorável, estimulada pelos fluxos externos e pelo otimismo sustentado pelos fundamentos econômicos domésticos e externos.

