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DR com Demori: Observatório do Clima destaca papel do Brasil na COP30

O coordenador de Política Internacional do Observatório do Clima, Claudio Angelo, será o convidado do programa DR com Demori, que vai ao ar às 23h desta terça-feira (4) na TV Brasil, onde discutirá temas importantes relacionados à transição energética e sustentabilidade. Durante a conversa, Claudio Angelo destacará a importância crucial da transição para fontes de energia limpa como caminho para a sustentabilidade do planeta, ressaltando o papel de liderança do Brasil nesse cenário devido à sua matriz energética predominantemente renovável. Segundo ele, quase 90% da energia elétrica brasileira é gerada a partir de fontes renováveis, colocando o país como referência mundial nesse aspecto.

Claudio Angelo também abordará os desafios e riscos associados à exploração de combustíveis fósseis, tanto no Brasil quanto globalmente. Ele aponta que, apesar do avanço na matriz limpa, o petróleo ainda é o principal produto de exportação do país, o que cria um dilema econômico e ambiental: reduzir a exploração significaria impacto no PIB, inflação e no preço da gasolina, situação que demanda decisões políticas complexas. Ele enfatiza, porém, que o problema principal não está na fonte de energia em si, mas sim em aspectos comportamentais, regulatórios e na falta de salvaguardas ambientalmente responsáveis. Para ele, fontes como energia eólica e solar são mais sustentáveis e menos impactantes para o meio ambiente do que as hidrelétricas tradicionais, que podem causar alagamentos e destruição de biodiversidade, ou os combustíveis fósseis, que elevam as emissões de carbono.

O especialista ainda comentou sobre a situação global em relação à cooperação internacional para enfrentar as mudanças climáticas, destacando que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no Brasil, ocorrerá em um contexto geopolítico desfavorável à cooperação, especialmente devido à postura dos Estados Unidos, que são os maiores emissores históricos e possuem responsabilidade significativa no financiamento climático global.

Além da entrevista na TV Brasil, o programa DR com Demori estará disponível na íntegra no YouTube e no aplicativo TV Brasil Play, com transmissões simultâneas em áudio na Rádio MEC, e as entrevistas também serão disponibilizadas em formato de podcast no Spotify.

O Brasil, conforme dados recentes do Balanço Energético Nacional 2025, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Empresa de Pesquisa Energética, mantém uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com quase 90% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis como hidrelétricas, eólicas e solares. Este cenário coloca o país em uma posição privilegiada para impulsionar uma transição energética justa e sustentável, sendo um exemplo para outras nações. A inserção crescente de energia eólica e solar, que teve crescimento de 23,7% na geração total de eletricidade em 2024, reforça a diversificação da matriz e a mitigação dos impactos ambientais associados às energias tradicionais.

O setor energético brasileiro também se destaca por emitir níveis significativamente menores de carbono em comparação com outros países, gerando apenas 20% das emissões nacionais de CO₂, bem abaixo da média global. O país emite cerca de 1,3 tonelada de CO₂ por tonelada equivalente de petróleo na oferta interna de energia, e 59,9 kg de CO₂ por megawatt-hora na geração elétrica, índices baixos comparados a diversas economias desenvolvidas.

Essa trajetória mostra que o Brasil tem avançado na descarbonização da matriz energética, aliando crescimento econômico com responsabilidade ambiental. No entanto, o processo de transição enfrenta desafios, principalmente na regulação, no investimento sustentável e na redução da dependência de combustíveis fósseis, que ainda são relevantes na economia do país. A COP30, sediada no Brasil, será uma ocasião estratégica para reforçar o protagonismo brasileiro na agenda climática internacional e para pressionar por um maior financiamento climático, especialmente por parte dos países desenvolvidos, buscando uma resposta global coordenada para a crise climática.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)