O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou em São Paulo que o governo está empenhado em equilibrar as contas públicas e rebateu com veemência as críticas que apontam para o não cumprimento das metas fiscais. Segundo ele, essas críticas são um “delírio” e não refletem a realidade econômica do país. Haddad destacou que o governo pretende entregar o melhor resultado fiscal dos últimos quatro anos, mesmo assumindo o pagamento de débitos acumulados por gestões anteriores. Ele explicou que, apesar das dificuldades e das pressões externas, as metas estabelecidas desde 2023 estão sendo cumpridas com rigor e o governo não tem intenção de recuar em seu compromisso com a organização das finanças públicas, que, segundo ele, estão desarrumadas desde 2015.
Durante sua participação no evento COP30 Business & Finance Fórum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, Haddad enfatizou que o Brasil está criando um ambiente favorável para negócios, com destaque para a reforma tributária que tem atraído investimentos estrangeiros. Ele ressaltou que o número de leilões de concessões de rodovias e infraestrutura realizados na bolsa de valores brasileira, a B3, nos últimos três anos, nunca foi tão alto, com o Ministério dos Transportes ampliando em dobro a média de negócios ofertados em relação ao período anterior.
Outro pilar para melhorar o ambiente econômico, segundo o ministro, é a reforma sobre a renda que está em tramitação no Congresso. Haddad afirmou que a alta desigualdade no país é um impedimento ao crescimento econômico e mencionou que a diminuição dessa desigualdade já começa a mostrar resultados positivos, citando o recente avanço no índice de Gini, que mede o grau de desigualdade.
Em relação à política monetária, Haddad defendeu a redução da taxa básica de juros, atualmente em 15%, classificando esse patamar como insustentável. Ele projetou uma queda nas taxas, afirmando que, apesar da pressão dos bancos para manter a Selic elevada, a realidade econômica tornará inevitável a redução dos juros, uma vez que os juros reais estão acima do que a inflação justifica. O ministro ainda expressou otimismo sobre o desempenho da economia para 2026, afirmando que o país poderá encerrar o mandato presidencial com indicadores muito melhores, além de conseguir controlar a dívida pública pagando menos juros.
Sobre a possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, Haddad considerou que o fortalecimento dessa lei representaria uma “revolução”, pois impediria o Congresso de criar despesas sem indicar a fonte de recursos, o que ajudaria a manter a disciplina fiscal.
Com essas declarações, o ministro reforça a visão de que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal, atração de investimentos e redução de desigualdades, mesmo diante dos desafios econômicos e das críticas recebidas.

