Nos próximos dias, Belém, capital do Pará, se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá oficialmente entre 10 e 21 de novembro de 2025. Este evento anual reúne líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil para discutir ações eficazes no combate às mudanças climáticas, reforçando o compromisso global firmado na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, criada em 1992 com a meta de estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
A COP30 será a primeira a acontecer no Brasil e na Amazônia, região estratégica para o debate climático mundial. A escolha de Belém como sede ressalta não apenas a importância da floresta amazônica para a regulação do clima global, mas também busca ampliar o protagonismo brasileiro na governança climática internacional. O evento proporciona um encontro em meio à biodiversidade e aos povos tradicionais, possibilitando um olhar mais próximo sobre a conservação florestal, incluindo os direitos indígenas e das comunidades ribeirinhas.
Diferentemente das edições anteriores realizadas em locais distantes da realidade amazônica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destaca que discutir a Amazônia em seu próprio território traz maior autenticidade e comprometimento. Além disso, a antecipação da cúpula de chefes de Estado para os dias 6 e 7 de novembro visa melhorar a organização e permitir maior reflexão, sem a pressão logística tradicional dos dias oficiais da conferência.
O principal objetivo da COP30 é acelerar a implementação do Acordo de Paris, especialmente no sentido de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC até o final do século. O processo de negociações, que começou em 1995 na Alemanha, evolui continuamente para integrar avanços científicos e econômicos no tema, orientando os países a adotarem políticas baseadas em evidências e equidade histórica. O Brasil reforça seu compromisso com ações climáticas que incluem o combate ao desmatamento, a proteção dos sumidouros naturais de carbono como florestas e oceanos, e o desenvolvimento sustentável alinhado à preservação ambiental.
Durante a COP30, será dada atenção especial à cooperação internacional, ao papel da ciência e à importância das medidas locais e regionais para enfrentar as causas e consequências das mudanças climáticas. Prefeitos e governos subnacionais brasileiros, que reúnem mais de 80% da população urbana do país, também terão voz ativa, defendendo a importância do federalismo climático e a ampliação de recursos e tecnologias para ações urbanas, fundamentais na adaptação e mitigação da crise climática.
A expectativa é que o evento atraia mais de 40 mil visitantes, reforçando a necessidade de infraestrutura adequada em Belém e promovendo o desenvolvimento regional. Este movimento representa não só um momento crucial para a política ambiental global, mas também uma oportunidade para o Brasil reafirmar sua liderança na luta contra as mudanças climáticas, valorizando a Amazônia como um patrimônio fundamental para o planeta.
