A bolsa de valores brasileira voltou a registrar forte alta, atingindo pela primeira vez o patamar inédito de 153 mil pontos no índice Ibovespa. Nesta quarta-feira, o Ibovespa encerrou o pregão aos 153.294 pontos, com valorização de 1,72%, marcando o oitavo recorde consecutivo de fechamento e a 11ª alta seguida, igualando a melhor sequência desde julho de 2024. Durante o pregão, o índice atingiu a máxima intradia de 153.583 pontos, demonstrando a forte pressão compradora no mercado.
Essa alta expressiva refletiu um clima de otimismo tanto no cenário doméstico quanto internacional. No exterior, a decisão da China de suspender algumas sobretaxas sobre produtos dos Estados Unidos contribuiu para a redução das tensões comerciais, beneficiando os preços das commodities, o que é especialmente favorável para o Brasil, principal exportador de matérias-primas. Além disso, a recuperação parcial das bolsas norte-americanas após uma queda na sessão anterior ajudou a restaurar o apetite por ativos de maior risco, favorecendo o ingresso de capitais em mercados emergentes como o brasileiro.
No mercado cambial, o dólar comercial reverteu o movimento de alta observado na terça-feira, fechando em queda de 0,7%, a R$ 5,361. A moeda norte-americana iniciou o dia em leve alta, mas recuou durante a manhã, chegando a R$ 5,35 na mínima da sessão. No acumulado de novembro, o dólar já recua 0,35%, enquanto em 2025 acumula uma queda de mais de 13%, confirmando o fortalecimento do real frente à divisa americana.
No Brasil, as expectativas também foram influenciadas pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, pela terceira vez consecutiva, mantendo o maior patamar em quase duas décadas. A recente desaceleração da inflação oficial em outubro aumentou a expectativa do mercado de que o Banco Central possa antecipar o início dos cortes nos juros para o início de 2026. Tal perspectiva torna os investimentos em renda variável mais atrativos, contribuindo para a alta histórica do Ibovespa.
Entre as ações que tiveram desempenho positivo destacam-se as das grandes exportadoras de commodities, como Vale e Petrobras, cujas valorizações ajudaram a sustentar o movimento de alta do índice. O cenário externo também apresentou desafios, como a paralisação do governo americano, que atingiu o 36º dia, mas isso não foi suficiente para abalar o otimismo local.
Assim, a combinação de fatores externos favoráveis, perspectiva de estímulo monetário futuro, e bons resultados corporativos vem impulsionando a bolsa brasileira em meio a uma fase de significativa valorização e forte interesse dos investidores no mercado nacional.
