Home / Brasil e Mundo / Lista de mortos em operação no RJ evidencia letalidade de jovens

Lista de mortos em operação no RJ evidencia letalidade de jovens

Pelo menos dois adolescentes, um de 14 e outro de 17 anos, foram mortos durante a operação policial realizada na semana passada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, em uma investida contra o Comando Vermelho. Além desses, pelo menos mais seis vítimas tinham menos de 20 anos, demonstrando que uma parte significativa dos mortos era jovem. Ao todo, a ação deixou 121 mortos, incluindo dois policiais civis e dois militares, conforme relatório oficial divulgado pela Polícia Civil.

O adolescente de 14 anos, natural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi reconhecido pela comunidade e familiares como um jovem que frequentava bailes nos complexos, mas acabou desaparecendo no dia da operação. Seu pai, que chegou a abandonar o emprego para procurá-lo, relatou o sofrimento da família ao lado do Instituto Médico Legal. O adolescente e seus irmãos foram registrados na Polícia com postagens nas redes sociais vinculadas ao tráfico de drogas. Já o jovem de 17 anos, que possuía antecedentes por associação ao tráfico e um mandado de busca e apreensão em aberto, foi criado pelo avô, que lamentou sua entrada no mundo do crime e a perda dupla de quem perde o filho tanto para a violência quanto para a criminalidade.

A lista oficial da Polícia Civil, que trouxe nomes, fotos, idades e registros criminais das vítimas, ainda apresenta imprecisões, como erro nas datas de nascimento, mas revela que cerca de um terço dos mortos tinha até 25 anos, sendo oito menores de 20 anos. A maioria, mais da metade, tinha até 30 anos, enquanto o mais velho tinha 55 anos. Entre as anotações policiais, constam indícios de envolvimento dessas pessoas com o tráfico, muitas vezes baseados em postagens em redes sociais, como a associação simbólica a facções criminosas.

A operação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar e contou com apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi caracterizada pelos intensos confrontos em áreas de mata e favelas densamente ocupadas. Imagens registraram resgate de policiais feridos e movimentação de criminosos armados, muitos com fuzis e equipamentos táticos. O saldo de mortos da ação tornou-se a mais letal da história do país.

Essa realidade evidencia um quadro grave de violência e juventude envolvida, que alia enfrentamento policial a uma complexa rede social, com impactos profundos para as famílias e comunidades do Rio de Janeiro. Os relatos de familiares das vítimas menores de idade reforçam o drama humano por trás dos números oficiais, mostrando os desafios para conter o avanço das facções e a participação precoce de adolescentes em contextos violentos e criminosos.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)