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COP30: financiamento, transição e adaptação são centro das negociações

A partir desta segunda-feira (10), Belém assume o papel de capital temporária do Brasil durante a realização da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O evento, que se estenderá até 21 de novembro, marca a primeira vez que a conferência é sediada na Amazônia, região de enorme biodiversidade e fundamental para a regulação do clima global. Paraense, Belém estima receber mais de 50 mil visitantes, incluindo negociadores diplomáticos, cientistas, representantes governamentais e ativistas ambientais de 194 países e da União Europeia.

A transferência temporária da capital, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem caráter político e simbólico, reforçando a importância da Amazônia na agenda ambiental mundial. Durante esse período, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário poderão se instalar na cidade para conduzir suas atividades institucionais e governamentais, com todos os atos oficiais registrados como emanados de Belém. Essa medida segue precedente histórico semelhante ocorrido em 1992, quando a capital foi temporariamente transferida para o Rio de Janeiro durante a Rio-92.

O ponto alto da agenda da COP30 é a busca de consensos para ações práticas voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa, na preservação das florestas tropicais e no financiamento da transição energética. O presidente Lula ressaltou a necessidade urgente de um financiamento robusto para afastar o mundo da dependência dos combustíveis fósseis, defendendo a construção de um roteiro claro para a transição, que deve ser planejada e escalonada, com definição do cronograma, países iniciantes e tamanho dos esforços financeiros.

A cúpula recente de líderes, também realizada em Belém, teve papel crucial na mobilização política para a conferência, reunindo chefes de Estado e representantes de alto nível de cerca de 70 países. Márcio Astrini, secretário executivo da rede da sociedade civil Observatório do Clima, destacou que o foco deve ser o “fim do uso de combustíveis fósseis” e a necessidade de um mapa do caminho para a transição, enfatizando que este foi um recado fundamental deixado pela conferência.

Além das negociações internacionais, o governo brasileiro visa consolidar o protagonismo do país nas discussões globais sobre energias renováveis, agricultura de baixo carbono e proteção florestal, lançando iniciativas como o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, que contará com aporte inicial de US$ 1 bilhão para a conservação das florestas tropicais.

Assim, Belém se torna não apenas a capital simbólica brasileira durante os dias da COP30, mas também o centro mundial dos debates e decisões estratégicas para frear o avanço das mudanças climáticas e promover um futuro sustentável para o planeta.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)