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Paraná registrou três tornados com ventos de até 330 km/h

O interior do Paraná viveu uma sequência dramática de tempestades na última sexta-feira, 7 de novembro, quando três tornados atingiram municípios do estado, deixando um cenário de destruição e repercussão nacional. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou nesta segunda-feira, 10 de novembro, que o fenômeno climático alcançou cidades como Rio Bonito do Iguaçu, Turvo e Guarapoava. “As análises começaram logo após a ocorrência, com estudo dos dados de radar e das primeiras fotos e vídeos feitas pelas equipes de resgate no município e enviadas pela Defesa Civil”, explicou o órgão.

Em Rio Bonito do Iguaçu, o tornado registrado foi de categoria máxima na região do país: F3, com ventos que chegaram a 330 km/h, topo da escala Fujita. O impacto foi devastador: estima-se que cerca de 90% da infraestrutura urbana tenha sido danificada ou destruída, incluindo casas, escolas, estabelecimentos comerciais e até silos gigantescos. Imagens aéreas mostram bairros inteiros devastados, com moradores relatando uma “cena de guerra”: casas ao chão, árvores arrancadas, postes de concreto quebrados e torres de energia derrubadas. O prefeito local afirmou que, por enquanto, praticamente nenhum morador tem onde dormir.

A tragédia deixou um saldo de seis mortos e mais de 750 feridos, segundo a Defesa Civil. Outras pessoas ainda podem estar soterradas sob escombros, e equipes de resgate de várias cidades do estado, inclusive de Curitiba, seguem em campo. Dois hospitais próximos ficaram lotados, e um hospital de campanha foi montado para atender os feridos. Além do sofrimento humano, a rede elétrica foi comprometida, deixando milhares de residências sem energia elétrica e a distribuição de água, afetada.

Nos municípios de Turvo e Guarapoava, o fenômeno foi classificado como F2, com ventos entre 180 km/h e 200 km/h. Até o momento, não há relatos de mortes nesses locais, mas o Simepar segue analisando se outros episódios de tempestades violentas em outras cidades também podem ter sido tornados.

O governo estadual reagiu rapidamente, anunciando a destinação de R$ 50 milhões para auxílio às famílias atingidas, concedendo até R$ 50 mil para cada uma reconstruir suas casas. O Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap) foi acionado e o pedido foi votado em regime de urgência pela Assembleia Legislativa. O governador do Paraná, Ratinho Junior, afirmou que estuda decretar estado de emergência para agilizar as ações de reconstrução. “Nos últimos 30, 40 anos, não tinha se visto um tornado com essa força no estado”, comentou o governador.

O caos motivou até mesmo o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas cidades atingidas, devido à destruição das escolas. Equipes do governo federal já estão no local para assessorar a reconstrução e prestar apoio logístico. A Defesa Civil estadual já havia emitido alertas vermelhos para seis cidades durante o temporal, e a educação da população sobre locais seguros para abrigo foi reforçada.

Segundo especialistas, a região Sul do país, especialmente o Paraná, é mais propensa à formação de tornados devido às características climáticas e geográficas, mas eventos com tamanha violência ainda são raros. O mesmo Simepar ainda investiga registros em outras localidades para determinar se houve mais episódios além dos três já confirmados.

Enquanto a reação das autoridades tenta atenuar o sofrimento da população, imagens da destruição de Rio Bonito do Iguaçu ecoam como uma amostra de força da natureza, capaz de superar, em minutos, estruturas urbanas levadas a vida, e servem como alerta sobre a necessidade de políticas públicas robustas para prevenção e resposta a desastres climáticos cada vez mais frequentes.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)