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Presidente da COP30 menciona tornado no Paraná em primeiro discurso

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, destacou a urgência na implementação de ações concretas para enfrentar a crise climática global, ressaltando que a conferência deve ser lembrada como uma COP de adaptação, integração e escuta à ciência. Em seu discurso, proferido após sua eleição por aclamação, ele mencionou desastres naturais recentes, como o tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu (PR), causando seis mortes e centenas de feridos, além de outros fenômenos extremos registrados no Brasil e no mundo, que evidenciam a necessidade de respostas rápidas e efetivas.

O embaixador enfatizou que os eventos climáticos extremos são um alerta para a responsabilidade global, reunindo ciência, educação, cultura e multilateralismo para que a COP30 avance em temas como economia verde, criação de empregos e ações adaptativas. Ele sublinhou que a conferência deve sair do campo das promessas para promover a implementação de medidas reais contra a crise climática.

A COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, já aprovou uma nova meta de financiamento climático, propondo triplicar o aporte anual para US$ 300 bilhões até 2035, além da ampliação do financiamento público e privado a US$ 1,3 trilhão por ano. Apesar disso, a proposta recebeu críticas de países em desenvolvimento e da delegação brasileira, que apontam o valor como insuficiente.

O aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais tem sido observado globalmente, com 2025 registrando eventos extremos como incêndios nos Estados Unidos, inundações no Texas e terremotos em várias regiões, reforçando a relação direta com o aquecimento global. Estudos recentes indicam que a temperatura média global está em níveis críticos, com impactos diretos em desastres como tornados, tempestades e ondas de calor, que tendem a se agravar se medidas rigorosas não forem adotadas imediatamente.

Especialistas como o meteorologista Carlos Nobre alertam para a necessidade de acelerar a redução das emissões de gases de efeito estufa e ressaltam que o adiamento dessas ações pode levar a um aumento irreversível das temperaturas, configurando um cenário de grave ameaça ecológica. No Brasil, pesquisas indicam que é possível zerar as emissões líquidas até 2040, o que colocaria o país na vanguarda das iniciativas climáticas.

A difícil previsão e monitoramento de tornados, agravada pela falta de infraestrutura adequada como rede de radares específicos, tornam o enfrentamento desses eventos ainda mais complexo, mas reforçam a importância de investimentos em tecnologia e políticas públicas focadas em adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

O cenário atual demonstra que os desastres naturais já causaram perdas econômicas bilionárias, deslocamentos de populações e óbitos, evidenciando a urgência de uma resposta global coordenada que seja capaz de proteger comunidades vulneráveis e garantir um futuro sustentável para o planeta. A COP30 surge, assim, como uma oportunidade decisiva para amplificar compromissos, fortalecer o financiamento climático e promover a justiça ambiental em escala mundial.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)