A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (11), às 9h, o julgamento dos réus do núcleo 3 da trama golpista ocorrida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O grupo é composto por nove militares do Exército e um policial federal, todos acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Os acusados são conhecidos como “kids-pretos”, militares que integraram o grupamento de forças especiais do Exército. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles planejaram “ações táticas” para efetivar o plano golpista, que incluía ataques a autoridades, pressão sobre comandantes militares e monitoramento de alvos para tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os investigados estão Bernardo Romão Correa Netto (coronel), Estevam Theophilo (general), Fabrício Moreira de Bastos (coronel), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel), Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel), Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel), Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (policial federal).
No caso do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, a PGR pediu que a acusação seja desclassificada para o crime de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais. Com essa medida, o acusado poderá ter direito a um acordo para se livrar de condenação, embora atualmente responda aos cinco crimes imputados a todos os réus.
Até o momento, o STF já condenou 15 réus pela trama golpista. São sete condenados do Núcleo 4 e mais oito acusados que pertencem ao Núcleo 1, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O grupo 2 será julgado a partir de 9 de dezembro. Já o núcleo 5 é formado pelo empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, que mora nos Estados Unidos e não há previsão para o julgamento.

