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COP30: Relatório Amazônia 2025 destaca conectividade ecológica

Pesquisadores reunidos no Pavilhão Ciência Planetária durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) lançaram o Relatório de Avaliação da Amazônia 2025, intitulado *Conectividade da Amazônia para um Planeta Vivo*. Esse documento destaca a conectividade ecológica e sociocultural como uma estratégia essencial para a conservação dos ecossistemas amazônicos, a promoção do desenvolvimento sustentável e o bem-estar humano e ambiental.

O relatório apresenta a conectividade como a interligação entre sistemas ecológicos e sociais, que envolve o fluxo de recursos, informações e pessoas inclusive além das fronteiras políticas. Organizado em oito capítulos, aborda temas que vão desde a conectividade regional e global até a importância da colaboração transfronteiriça, a saúde, as socioeconomias e o conhecimento tradicional dos povos amazônicos. Cada capítulo inclui Apelos à Ação embasados em diagnósticos e soluções já aplicadas em territórios amazônicos, mostrando um trabalho conjunto entre cientistas internacionais, lideranças indígenas e comunidades locais.

Carlos Nobre, cientista e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressaltou que a Amazônia está próxima de um ponto crítico e enfatizou a necessidade de manter a conectividade ecológica e sociocultural para salvar a floresta. Segundo ele, a ciência indígena, especialmente o conhecimento desenvolvido pelas mulheres indígenas ao longo de milhares de anos, é fundamental nesse processo e deve ser valorizada. Complementando essa visão, a cientista indígena Sinéa do Vale destacou a importância de integrar a ciência acadêmica com a ciência indígena, alertando para a urgência de garantir os territórios indígenas como parte da solução para a crise climática.

O relatório propõe a adoção de um novo paradigma de políticas públicas integradas, que reconheçam as relações entre biodiversidade, clima, saúde, economia e conhecimento tradicional. Marielos Peña-Claros, copresidente do painel e cientista boliviana, lembrou que a Amazônia não pode ser vista como uma entidade única, mas sim como um sistema de ecossistemas interdependentes em estreita relação com as populações indígenas e comunidades locais, reforçando que a humanidade e a natureza são partes inseparáveis do mesmo todo.

Este material reforça a relevância da conectividade para garantir a resiliência e a conservação da Amazônia, ressaltando também que a perda ou fragmentação desses vínculos ecológicos e socioculturais agrava a crise ambiental. Além disso, destaca o papel imprescindível das comunidades indígenas e tradicionais na gestão territorial e na manutenção dos ecossistemas em equilíbrio, apontando a necessidade de cooperação regional e interdisciplinar para proteger essa região vital para o equilíbrio climático global e a diversidade biológica.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)