A diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil continua sendo um dos principais desafios do mercado de trabalho. Em 2023, os homens recebiam, em média, 15,8% a mais que as mulheres, com salários médios de R$ 3.993,26 para homens e R$ 3.449,00 para mulheres, uma diferença de R$ 544,26 por mês. Embora essa desigualdade tenha diminuído nos últimos anos — em 2022, a diferença era de 17% —, o valor ainda representa uma disparidade significativa, especialmente quando analisada sob a perspectiva da renda total recebida pelas mulheres em relação à dos homens.
O levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considera dados de empresas e organizações formais, incluindo órgãos públicos e entidades sem fins lucrativos. Apesar de as mulheres representarem 45,5% dos assalariados, elas receberam apenas 41,9% da massa salarial total, enquanto os homens, que correspondem a 54,5% dos assalariados, ficaram com 58,1% do total da renda distribuída.
A desigualdade se agrava ainda mais quando se consideram recortes raciais e de ocupação. Mulheres negras, por exemplo, recebem salários médios significativamente menores do que homens não negros, com diferenças que podem ultrapassar 50% em alguns casos. Em cargos de liderança e funções de nível superior, a disparidade também é mais acentuada, com mulheres ganhando, em média, menos de 70% do que os homens nas mesmas posições.
Apesar do crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, a remuneração média das mulheres ainda está longe de alcançar a dos homens. Caso essa diferença fosse eliminada, estima-se que cerca de R$ 95 bilhões a mais poderiam ter circulado na economia brasileira em 2024. O cenário reforça a necessidade de políticas públicas e ações estruturais para promover a igualdade salarial e combater a discriminação de gênero e raça no ambiente corporativo.

