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Alckmin defende ação climática guiada por ciência e solidariedade

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, marca um momento decisivo na agenda climática global, ao impulsionar a transição do regime de negociação para a de implementação efetiva. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, destacou a urgência de transformar ambições em resultados concretos que promovam políticas públicas eficazes, guiadas pela ética da responsabilidade, ciência e solidariedade.

Durante a abertura da plenária de alto nível da COP30, Alckmin enfatizou a necessidade de triplicar a meta global de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, para afastar o mundo da dependência dos combustíveis fósseis. Ele lembrou que a capacidade renovável atual corresponde à metade do necessário para alcançar tais metas, ressaltando a ambição do “Compromisso de Belém” de quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, adotado por 25 países até o momento. O Brasil apresentou uma Meta Nacionalmente Determinada (NDC) ambiciosa, visando reduzir entre 59% e 67% as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em comparação com os níveis de 2005.

Outro ponto central exposto pelo vice-presidente foi a defesa da erradicação do desmatamento ilegal, área na qual o Brasil já alcançou uma redução de 50%. Para isso, ressaltou que a proteção das florestas depende diretamente das comunidades que vivem na Amazônia, incluindo povos indígenas e tradicionais, considerados os guardiões do bioma. O governo brasileiro tem promovido iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, com investimentos bilionários para conciliar preservação com inclusão social, apontando a sociobioeconomia como caminho fundamental para conservar a biodiversidade ao mesmo tempo em que possibilita o desenvolvimento sustentável.

Alckmin também destacou a importância da cooperação internacional entre governos, empresas e comunidades locais para o avanço das soluções climáticas, além da busca por inovação em bioeconomia e descarbonização. Para isso, defende a criação de uma Coalizão Global de Mercados Regulados de Carbono que possa estruturar mecanismos claros, transparentes e coletivamente acordados, ampliando a participação global nesta estratégia.

À medida que a COP30 entra na reta final, cerca de 160 ministros e representantes de alto escalão discutem temas sensíveis como financiamento para ações climáticas, parâmetros para adaptação e formas de monitorar e implementar as metas climáticas globais. Apesar dos avanços e da mobilização, permanece o desafio de consolidar nos textos oficiais da conferência os “mapas do caminho” para zerar o desmatamento ilegal e reduzir o uso de combustíveis fósseis, aspectos centrais para o Brasil. Especialistas e representantes alertam para a necessidade de que essas diretrizes saiam dos eventos paralelos e sejam incorporadas nos acordos formais para garantir que a COP30 seja lembrada como a conferência da verdade, da implementação e da responsabilidade.

O Brasil, anfitrião da COP30, reforça seu papel estratégico e a responsabilidade de liderar por exemplo ao mostrar que é possível crescer economicamente, produzir e conservar o meio ambiente simultaneamente, especialmente na Amazônia, um dos biomas mais importantes para o equilíbrio climático global. O legado esperado da conferência é justamente viabilizar ações concretas que acelerem a transição energética justa, preservem as florestas e fortaleçam acordos multilaterais para garantir a proteção do planeta para as gerações presentes e futuras.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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