Morreu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos, o ator, músico e compositor Jards Macalé. Ele estava internado em um hospital particular na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, tratando um enfisema pulmonar e sofreu uma parada cardíaca após passar por uma cirurgia. A notícia da morte foi divulgada nas redes sociais do artista, que ressaltaram sua energia e bom humor até o fim, mencionando que ele chegou a cantar a música “Meu Nome é Gal” ao despertar da cirurgia.
Jards Macalé, nascido na Tijuca, Rio de Janeiro, iniciou sua carreira profissional em 1965 como guitarrista do Grupo Opinião e foi diretor musical das primeiras apresentações de Maria Bethânia. Compositor e intérprete inquieto, suas músicas ganharam destaque na voz de grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa, Maria Bethânia e Clara Nunes. Entre suas composições mais conhecidas estão “Vapor Barato,” “Anjo Exterminado,” e “Movimento dos Barcos”. Sua obra marcou profundamente a música popular brasileira, incluindo sua participação em trilhas sonoras de filmes importantes do cinema nacional dirigidos por Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, e Joaquim Pedro de Andrade.
Além da música, Jards também teve uma carreira como ator, destacando-se em filmes como “Tenda dos Milagres” e “Amuleto de Ogum,” onde combinou seus talentos artísticos. Sua versatilidade era evidente tanto na música quanto no cinema, sendo reconhecido por seu domínio de instrumentos como violão, piano e cello, além de seu conhecimento em orquestração musical. Ao longo de mais de cinco décadas, ele consolidou-se como uma referência de originalidade e criatividade, influenciando gerações na música brasileira. Em 2019, seu álbum “Besta Fera” foi indicado ao Grammy Latino e considerado um dos melhores álbuns brasileiros do ano, reforçando sua importância mesmo nas últimas fases de sua carreira.

