O corpo do cantor, ator e compositor Jards Macalé foi velado nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, na Sala Sidney Muller, no Palácio Gustavo Capanema, localizado no centro do Rio de Janeiro. O velório, aberto ao público, aconteceu das 10h às 15h, reunindo admiradores e artistas que prestaram homenagem ao músico. O sepultamento ocorreu às 16h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul da cidade.
Jards Macalé, que faleceu aos 82 anos na segunda-feira (17), sofreu uma parada cardíaca enquanto se recuperava de um enfisema pulmonar em um hospital da Barra da Tijuca. Conhecido por sua energia e bom humor, ele chegou até a cantar durante a recuperação pós-cirúrgica. Sua morte impactou profundamente o meio artístico e o público da música popular brasileira.
Nascido em 3 de março de 1943 na Tijuca, Rio de Janeiro, Macalé iniciou sua trajetória cultural na década de 1960. Desde jovem, estava imerso no ambiente musical do morro da Formiga, influenciado pelos batuques do samba e pelos vizinhos cantores Vicente Celestino e Gilda de Abreu. Ao longo da carreira, consolidou-se como uma figura singular na MPB, ultrapassando padrões comerciais e experimentando uma mistura de estilos que incluía samba, jazz, blues e rock.
Além de cantor e compositor, Jards também atuou, participando das trilhas sonoras dos filmes “Amuleto de Ogum” e “Tenda dos Milagres”, ambos dirigidos por Nelson Pereira dos Santos. Obras como “Hotel das Estrelas”, “Mal Secreto” e “Vapor Barato” ficaram marcadas na história da música brasileira, interpretadas por nomes como Gal Costa e Maria Bethânia. Seu primeiro álbum homônimo foi lançado em 1972, consolidando sua proposta musical inovadora e sua presença singular na vanguarda cultural.
Nas redes sociais, diversos artistas prestaram homenagens emocionadas. Caetano Veloso declarou que Jards foi seu primeiro grande amigo carioca da música e destacou a importância dele para o disco “Transa”. Maria Bethânia o chamou de irmão, professor de violão e amigo querido, expressando profundo pesar pela perda. O legado de Jards Macalé permanece como uma influência fundamental para várias gerações da música brasileira, reconhecido por sua ousadia artística e pelo impacto cultural que marcou ao longo de mais de cinco décadas.
