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Dólar supera R$ 5,40 em meio a ajustes externos e tensão política

Num dia marcado por ajustes externos e tensões políticas internas, o mercado financeiro brasileiro experimentou forte nervosismo, com o dólar retomando patamar acima de R$ 5,40 e o Ibovespa acumulando a quarta queda seguida, encerrando a sexta-feira (22) abaixo dos 155 mil pontos. O dólar à vista fechou vendido a R$ 5,401, um aumento de 1,18% em relação ao fechamento anterior, chegando a atingir R$ 5,42 durante a manhã, seu maior valor desde 17 de outubro. Essa alta representou uma valorização de 1,97% na semana, embora a moeda acumule queda de 12,6% no ano de 2025.

No mercado acionário, o índice Ibovespa fechou aos 154.758 pontos, com queda de 0,4%, pressionado principalmente pela predominância de papéis em baixa, apesar de alguns ganhos pontuais de mineradoras e bancos. A bolsa refletiu o ajuste pós-feriado e a reação do mercado brasileiro aos dados econômicos internacionais, especialmente dos Estados Unidos, onde o Departamento do Trabalho divulgou, na quinta-feira (20), a criação de 119 mil vagas em setembro — acima da projeção de 50 mil — e o aumento da taxa de desemprego para 4,4%, contra estimativa de 4,3%. Esses dados mistos reforçaram a volatilidade global e influenciaram a percepção quanto à possibilidade do Federal Reserve manter os juros básicos, reduzindo as chances de cortes em sua próxima reunião de dezembro.

Além da influência internacional, o fortalecimento do dólar em relação a moedas emergentes ligadas a commodities e a queda do petróleo contribuiram para o cenário de pressão cambial e recuo da bolsa nacional. A retirada da tarifa de 40% sobre produtos brasileiros como carne bovina, café e suco de laranja, anunciada por Donald Trump, embora ampliando potencialmente as exportações brasileiras para os EUA, não foi suficiente para conter a valorização do dólar, diante dos demais riscos no cenário. No plano interno, aumentaram as tensões políticas entre o Planalto e o Senado, especialmente após o anúncio da indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal e a decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de pautar um projeto que reajusta o piso para agentes de saúde — uma medida que preocupa investidores pela provável pressão sobre as contas públicas.

Esse conjunto de fatores externos e internos criou um ambiente de cautela e nervosismo no mercado financeiro, resultando na valorização do dólar e na interrupção do ciclo de altas que a bolsa vinha apresentando, em um momento em que os agentes financeiros buscam reajustar suas apostas diante das incertezas políticas e econômicas. O volume financeiro registrado no pregão foi significativo, e o cenário sugere que o mercado seguirá observando com atenção a trajetória dos indicadores internacionais, as decisões do Federal Reserve e os desdobramentos políticos domésticos nos próximos dias.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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