O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22) em Brasília, cumprindo um mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu na casa onde Bolsonaro vinha cumprindo prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprimento de medidas cautelares determinadas pela Corte. Até então, ele usava tornozeleira eletrônica e estava proibido de acessar embaixadas, consulados e redes sociais, além de manter contato com autoridades estrangeiras.
Na decisão que determinou a prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes destacou o risco de tumultos e a possibilidade de “eventual tentativa de fuga” do ex-presidente, ressaltando a necessidade de conduzir uma audiência de custódia por videoconferência no domingo (23), na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília, e garantir atendimento médico integral ao réu. O STF também restringiu as visitas a Bolsonaro, permitindo apenas as dos advogados e da equipe médica, mediante autorização prévia da Corte.
Na véspera da prisão, o senador Flávio Bolsonaro convocou uma vigília de orações próxima à residência do ex-presidente, pedido que foi citado na decisão como potencial motivação para agitação social que poderia facilitar uma fuga. A defesa de Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes a concessão de prisão domiciliar humanitária, alegando doenças permanentes que requerem acompanhamento médico intensivo, buscando evitar a transferência do ex-presidente para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista, Bolsonaro e os demais réus podem ter suas penas executadas em breve. A prisão preventiva ocorre no contexto do aprofundamento das investigações e processos relativos aos atos que levaram à sua condenação, reforçando a atuação do STF na fiscalização do cumprimento das decisões judiciais relacionadas a ele.

