A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã deste sábado (22), causou grande repercussão e gerou perplexidade entre seus advogados. Em nota, a defesa afirmou que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, causa “profunda perplexidade”, principalmente porque foi baseada em uma vigília de orações convocada por apoiadores do ex-presidente. Os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador Cunha Bueno destacaram que Bolsonaro foi preso em sua residência, onde estava sob monitoramento com tornozeleira eletrônica e vigilância policial.
A defesa ressaltou que o estado de saúde de Bolsonaro é delicado e que a prisão pode colocar sua vida em risco. Segundo eles, a Constituição de 1988 garante o direito de reunião, especialmente para fins religiosos, e questionaram a justificativa para a prisão preventiva. Ainda segundo a nota, a defesa irá apresentar recurso cabível contra a decisão.
A prisão foi determinada após o senador Flávio Bolsonaro convocar uma vigília nas proximidades da casa onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. O ministro Alexandre de Moraes considerou que a reunião poderia causar tumulto e facilitar uma eventual tentativa de fuga. O STF também foi informado sobre a violação do equipamento de monitoramento eletrônico de Bolsonaro na madrugada deste sábado, o que reforçou a decisão de tornar a prisão preventiva.
Bolsonaro foi detido pela Polícia Federal e levado para a Superintendência da PF em Brasília. Ele já havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista. Desde 4 de agosto, o ex-presidente cumpria prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e restrições de contato com autoridades estrangeiras e redes sociais. A defesa havia pedido que ele continuasse em prisão domiciliar por questões de saúde, mas o pedido foi rejeitado. A audiência de custódia do ex-presidente está agendada para o próximo dia.

