O ex-presidente Jair Bolsonaro teve sua prisão domiciliar convertida em prisão preventiva pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada neste sábado em Brasília, motivada por três fatores principais: uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio onde Jair Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, o risco concreto de fuga e a violação da tornozeleira eletrônica usada para monitoramento. O ministro considerou que a vigília, que continha discurso de enfrentamento ao STF e conclamava apoiadores a “lutar” e “reagir”, poderia favorecer tumultos e dificultar a atuação policial, além de criar oportunidade para fuga. A curta distância do condomínio até a região das embaixadas também aumentava o risco de Bolsonaro buscar asilamento. Além disso, a violação da tornozeleira eletrônica, informada à Polícia Federal e ao STF momentos antes da decisão, foi decisiva para a prisão preventiva ser decretada. Apesar da prisão, o ministro determinou que a detenção ocorresse sem uso de algemas e sem exposição do ex-presidente. Também foi garantido o atendimento médico permanente a Bolsonaro, e visitas continuam sujeitas à autorização prévia do STF. A prisão preventiva visa, segundo a decisão, garantir a aplicação da condenação e preservar a ordem pública diante das evidências apresentadas. A Polícia Federal executou a prisão em sua residência em Brasília na manhã deste sábado. A soma dessas circunstâncias excepcionais fundamentou a medida cautelar mais grave contra o ex-presidente.

