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Floresta em pé: lavoura e árvores reduzem impacto de mudança climática

Imagine culturas agrícolas cultivadas no mesmo espaço onde ainda existem árvores, como uma plantação de milho que cresce sob a sombra protetora de uma castanheira-do-pará. Esse é o conceito central da agrofloresta, um modelo sustentável que combina produção agrícola com preservação ambiental e vem ganhando destaque como uma das principais estratégias para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

A agrofloresta propõe uma agricultura que dispensa o uso intensivo de agrotóxicos e produtos químicos, privilegiando a ecologia natural. Nesse sistema, plantas menores e agrícolas coexistem com árvores maiores, cujas raízes profundas garantem sombra e umidade ao solo, promovendo um ambiente equilibrado que protege contra pragas de forma natural. Essa integração não só melhora a produtividade, mas também reduz a emissão de gases nocivos, especialmente o dióxido de carbono (CO₂), um dos principais responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global. Mais árvores significam maior absorção de carbono, diminuindo o impacto das atividades humanas no clima.

Além de mitigar as mudanças climáticas, a agrofloresta atua na adaptação a elas. Por exemplo, em áreas de lavouras tradicionais suscetíveis à seca, a presença de árvores ajuda a manter a umidade do solo, beneficiando as culturas agrícolas até em períodos de crise hídrica. Essa combinação gera também coprodução de alimentos e renda, oferecendo uma alternativa viável contra a fome e a pobreza em áreas rurais.

A prática agroflorestal não é nova; está enraizada nas tradições indígenas amazônicas, que há milhares de anos vêm manejando a floresta para uso sustentável, extraindo dela mais de 2.300 produtos da biodiversidade, entre frutas, plantas medicinais e recursos diversos. Hoje, essa tradição milenar se alinha às demandas modernas por um planeta mais saudável e resiliente, ganhando espaço crescente em projetos de restauração ambiental pelo Brasil, especialmente em regiões vítimas do desmatamento e degradação do solo.

Os sistemas agroflorestais promovem também a conservação da biodiversidade, recuperação de solos degradados, proteção dos recursos hídricos e melhoria do microclima local, tornando as propriedades rurais mais resilientes a eventos climáticos extremos como secas e chuvas intensas. Além disso, favorecem o empoderamento de comunidades locais, principalmente agricultores familiares e povos indígenas, oferecendo alternativas econômicas sustentáveis sem a necessidade de desmatar novas áreas.

No Brasil, exemplos de sucesso demonstram que agroflorestas são viáveis e benéficas, proporcionando diversidade produtiva com frutas, castanhas, legumes e até mel, ao mesmo tempo em que mantêm a fauna e flora locais. A prática contribui para a melhoria da fertilidade do solo e para o ciclo da água, fortalecendo nascentes e lençóis freáticos, essenciais para o equilíbrio ambiental.

A agrofloresta se mostra assim uma solução integrada, que alia conservação ambiental, produção de alimentos e geração de renda, podendo ser uma importante resposta global para a crise climática e social, respeitando a sabedoria ancestral e as modernas exigências ambientais. Seu avanço pode representar uma mudança de paradigma agrícola, para um futuro mais justo, equilibrado e sustentável.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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