# CPMI do INSS adia votação sobre convocação de Jorge Messias
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS não votará nesta quinta-feira (27) a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias. A decisão reflete a falta de consenso entre parlamentares da base governista e da oposição sobre o tema.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou que os requerimentos sem acordo serão votados apenas na próxima quinta-feira, 4 de dezembro, data da última reunião da comissão em 2025 antes do recesso de fim de ano no Congresso Nacional. A postergação resultou de negociações entre líderes da oposição e do governo, que chegaram a um acordo para prosseguir com a votação dos itens em que havia consenso.
“Tanto o líder da oposição quanto do governo nos sentamos por um bom tempo e chegamos a um consenso para que possamos andar com os trabalhos. Como presidente, digo que vamos no que é possível hoje e na semana que vem, quando teremos a última semana do ano da CPMI”, declarou Viana durante a sessão.
A convocação de Messias é solicitada para esclarecer por que a Advocacia-Geral da União demorou a agir diante do volume crescente de denúncias de fraudes, empréstimos consignados irregulares e descontos sem autorização nos benefícios do INSS. Viana argumenta que o advogado-geral terá a oportunidade de explicar o que foi feito, o que não foi feito e por quê.
No entanto, a base governista conseguiu adiar a votação. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) chamou o requerimento de “convocação de caráter político” e afirmou que a base tem votos para barrar a iniciativa. Segundo o parlamentar, a convocação contraria os procedimentos adotados com ministros e ex-ministros, sendo “totalmente descabida” e devendo ser rejeitada. Pimenta garantiu que o governo tem votos suficientes tanto para derrotar o pedido quanto para aprovar o nome de Messias no Senado para sua indicação ao Supremo Tribunal Federal.
A oposição, por sua vez, sustenta que o atraso nas medidas da AGU reforçaria uma “blindagem” ao sindicato ligado ao irmão do presidente, uma vez que procuradores da própria AGU já haviam identificado, um ano e cinco meses antes da ação, que o sindicato estava entre as entidades com aumento expressivo de queixas judiciais.
Durante a mesma sessão, a CPMI aprovou mais de 300 requerimentos de convocação de autoridades, servidores públicos e dirigentes de entidades. Também foram aprovados dois pedidos de prisão preventiva, pedidos de informação, acareações e solicitação de bloqueio de bens de investigados, marcando a reta final da primeira fase dos trabalhos da comissão.
Carlos Viana lamentou a falta de consenso para concluir a votação de todos os requerimentos, mas confirmou que as propostas não votadas serão reincluídas na pauta de 4 de dezembro, com ou sem consenso, quando cada parlamentar dará seu posicionamento individual.
Dentre os requerimentos não analisados nesta sessão estão as convocações de Ricardo Bimbo, coordenador do Setorial Nacional de Ciência e Tecnologia/TI do Partido dos Trabalhadores, e de Gustavo Marques Gaspar, empresário e ex-assessor do senador Weverton Rocha. Também não foi votada a convocação da diretora de Tecnologia da Informação do INSS, Léa Bressy Amorim, responsável pelos sistemas e segurança das bases de dados da autarquia.

