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Palmeiras raras florescem no Parque do Flamengo após 60 anos

Nativas do sul da Índia e do Sri Lanka, as palmeiras Talipot, com nome científico Corypha umbraculifera, enfeitam o Parque do Flamengo neste momento com flores que encantam cariocas e turistas do Brasil e do mundo. A espécie produz uma das maiores inflorescências conhecidas, floresce apenas uma vez na vida e morre cerca de um ano depois de sua floração.

A inflorescência das Talipot no Aterro do Flamengo parece comemorar os 60 anos do parque, que foi inaugurado em outubro de 1965. Essas palmeiras foram trazidas do exterior e introduzidas no projeto pelo renomado paisagista Roberto Burle Marx, que concebeu o Aterro como um espaço inovador que integrasse arte, ecologia e urbanismo. Com uma altura que pode chegar a até 25 metros e diâmetro de tronco de até 1,3 metro, essas plantas impressionam não apenas pelo tamanho, mas também pela longevidade de seu ciclo vital.

As palmeiras Talipot costumam viver cerca de 60 a 80 anos antes de produzir suas extraordinárias flores. A inflorescência dessas árvores é considerada uma das maiores do reino vegetal, podendo atingir entre 6 e 8 metros de altura. Essa estrutura gigantesca é composta por milhões de pequenas flores de cor branca ou branca-cremosa que exalam um suave perfume. Toda essa profusão floral pode gerar uma carga de até 500 quilogramas de frutos, cuja maturação completa leva aproximadamente 13 meses.

O que torna a Talipot particularmente notável é seu processo reprodutivo monocárpico, característica que define o ciclo completo e final dessa espécie. Diferentemente da maioria das plantas, que florescem repetidas vezes ao longo de suas vidas, a Talipot conserva toda sua energia ao longo de décadas, acumulando reservas nutricionais até o momento em que, finalmente, dedica toda a sua vitalidade a uma única floração espetacular. Após produzir frutos e sementes, a planta morre, completando assim seu ciclo existencial de forma dramática e única.

Burle Marx projetou o Parque do Flamengo como mais que um simples espaço verde. Com uma área de 1,2 milhão de metros quadrados distribuída ao longo de sete quilômetros de extensão, o paisagista criou um autêntico “laboratório botânico” que celebrava tanto a biodiversidade brasileira quanto a tropical. O projeto incorpora mais de 350 espécies de árvores e plantas, totalizando cerca de 17 mil árvores plantadas em 11 setores distintos. O parque abriga 40 espécies diferentes de palmeiras, além de variedades ornamentais e nativas que transformam o Aterro em um oásis urbano à beira-mar.

A floração das Talipot no Parque do Flamengo representa um momento histórico e raro. Embora essas palmeiras tenham sido plantadas durante a década de 1960, quando o parque estava em construção, a coincidência de suas flores desabrocharem precisamente nos 60 anos de inauguração do Aterro confere um simbolismo poético ao evento. As palmeiras, que praticamente não existem em estado selvagem e são cultivadas pela humanidade há séculos, tornaram-se parte integral da paisagem carioca, testemunhando seis décadas de história da cidade enquanto celebram, em sua linguagem botânica, o aniversário do espaço que as abriga.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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