A taxa de desemprego no Brasil atingiu 5,4% no trimestre móvel encerrado em outubro de 2025, o menor índice registrado desde o início da série histórica pelo IBGE, em 2012. Esse percentual representa a queda em relação aos 5,6% do trimestre anterior e aos 6,2% do mesmo período do ano passado. O número de desocupados no país chegou a 5,91 milhões, patamar também recorde de redução, com 788 mil pessoas a menos procurando emprego em relação a outubro de 2024. Ao mesmo tempo, o total de ocupados alcançou o recorde de 102,5 milhões, incluindo 39,18 milhões com carteira assinada, o maior volume já registrado.
Além da queda no desemprego, a massa salarial do país atingiu o valor histórico de R$ 357,3 bilhões, uma expansão de 5% em um ano, graças ao aumento do rendimento médio real dos trabalhadores e do número de pessoas empregadas. O rendimento médio real chegou a R$ 3.528, também um recorde, impulsionando o consumo e funcionando como um estímulo para a economia, mesmo com a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, o nível mais alto desde 2006, numa estratégia do Banco Central para conter a inflação, que permanece acima da meta do governo.
Na análise setorial, o emprego cresceu especialmente nos setores de construção e no grupo que inclui administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde, com aumentos de 2,6% e 1,3%, respectivamente. O único setor que apresentou retração no número de ocupados foi o de “outros serviços”.
Apesar do avanço, a informalidade permanece elevada, atingindo 37,8% da força de trabalho, o equivalente a cerca de 38,7 milhões de trabalhadores, repetindo o patamar do trimestre anterior e ligeiramente inferior ao do mesmo período de 2024. Um dado relevante é o recorde no número de trabalhadores que contribuíram para a previdência social, 67,8 milhões no trimestre, ou 66,1% dos ocupados, refletindo a queda da informalidade, pois trabalhadores informais normalmente estão afastados da cobertura previdenciária.
Esses números foram informados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE, que acompanha o mercado de trabalho no país para pessoas a partir de 14 anos, considerando todas as formas de ocupação. Os dados também coincidem com os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que indicou um saldo positivo de 85,1 mil vagas formais em outubro, e 1,35 milhão de postos formais gerados em 12 meses.
Essa conjuntura indica uma melhora consolidada nas condições do mercado de trabalho brasileiro, com recordes sucessivos na geração de empregos e rendimentos, mesmo em um cenário de juros elevados e inflação persistente.

