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Rio sedia 1ª Cúpula Popular do Brics para debater Sul Global

Começou nesta segunda-feira (1º) no Armazém da Utopia, no centro do Rio de Janeiro, a 1ª Cúpula Popular do BRICS, evento que integra movimentos sociais e representantes da sociedade civil dos países que compõem o bloco, que atualmente reúne 11 nações do mercado emergente. A iniciativa, inédita na história do grupo, tem como propósito articular a participação popular na elaboração de propostas voltadas à cooperação do Sul Global, reforçando a aproximação entre governos e segmentos sociais nessa ampla região do planeta.

O encontro reúne cerca de 150 pessoas de 21 países, entre lideranças sociais, militantes de movimentos populares e representantes de organizações da sociedade civil, reunidos para debater temas centrais como cooperação econômica, multilateralismo, e a construção da multipolaridade no cenário internacional. Reflexões sobre a reconfiguração da geopolítica mundial, os desafios da governança global, o papel do BRICS e a redução da dependência dos países emergentes em relação ao dólar americano nas transações internacionais também estão na pauta. A Cúpula Popular marca a primeira atividade do recém-criado Conselho Civil Popular do BRICS e representa o encerramento da presidência brasileira no bloco antes da passagem para a Índia em 2026.

O evento, que ocorre entre os dias 1º e 4 de dezembro, simboliza um avanço na busca por maior pluralidade e protagonismo do Sul Global, historicamente à margem dos grandes centros de poder. Diferentemente das cúpulas diplomáticas tradicionais, que costumam ser restritas a esferas governamentais e diplomáticas, a Cúpula Popular propicia um espaço onde vozes das bases sociais podem apresentar suas avaliações e propostas, as quais serão posteriormente encaminhadas aos governos do BRICS. Dentre os participantes, estão o sherpa brasileiro no BRICS, Maurício Carvalho Lyrio, o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda, Antônio Freitas, e a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, que participa virtualmente.

Realizada no Armazém da Utopia, na zona portuária do Rio, a Cúpula contou em sua abertura com uma coletiva de imprensa para apresentar seus objetivos e o viés popular da iniciativa. A programação segmenta debates em grupos temáticos e busca fortalecer a articulação internacional dos movimentos populares, promovendo o diálogo entre a sociedade civil e as estruturas oficiais do BRICS. A expectativa é que essa cúpula sirva de modelo para as futuras presidências do bloco, garantindo a continuidade da participação popular e o aprofundamento da cooperação entre os países do Sul Global, em um momento de transformações significativas na ordem mundial.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)