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Brasil tem grande potencial para minerais críticos, aponta Ipea

O Brasil possui um enorme potencial geológico para minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel e terras raras, que são essenciais para setores estratégicos da economia global, incluindo tecnologia, defesa e a transição energética. Segundo um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país detém cerca de 10% das reservas mundiais desses minerais, o que o coloca como um ator importante no cenário internacional, embora até agora seu aproveitamento econômico tenha sido modesto, distante do patamar de países como Austrália, China, África do Sul e Chile.

Esses minerais são fundamentais para a produção de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores, recursos altamente estratégicos em um mundo que busca a sustentabilidade e a inovação tecnológica. Apesar do grande potencial, a participação brasileira no comércio internacional desses minerais foi limitada nas últimas duas décadas, reflexo das incertezas e dificuldades na produção mineral interna.

O estudo divulgado por pesquisadores do Ipea destaca que, recentemente, tem havido uma retomada significativa nos investimentos em capital físico e pesquisas geológicas no país, alinhada com tendências globais. Essa nova fase pode abrir caminho para um ciclo virtuoso de expansão da produção mineral brasileira, elevando a competitividade do setor. No entanto, os autores do estudo recomendam cautela e realismo em relação às expectativas sobre o impacto econômico desses minerais para o Brasil.

Historicamente, a mineração brasileira representou entre 0,75% e 2% do Produto Interno Bruto, variando conforme os ciclos de preços das commodities minerais, especialmente do minério de ferro, que responde por mais de dois terços do setor. O avanço do Brasil na exploração dos minerais críticos depende não só da ampliação dos investimentos, mas também da capacidade de transformar sua vasta diversidade geológica em produção economicamente viável e sustentável.

Estados como Minas Gerais, Goiás e Amazonas já demonstram potencial para a exploração de terras raras e outros elementos estratégicos, com depósitos significativos em localidades como Araxá, Poços de Caldas, Minaçu e Presidente Figueiredo. Além disso, a presença de minerais com alto teor de elementos críticos, aliados a iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, reforçam a perspectiva positiva para o fortalecimento do setor mineral brasileiro.

Assim, o Brasil se encontra em um momento decisivo para consolidar sua posição na cadeia global dos minerais críticos, podendo contribuir substancialmente para a segurança dos insumos estratégicos necessários à transição energética mundial e ao avanço tecnológico, desde que mantida uma política de investimentos e pesquisas consistente e alinhada às necessidades econômicas e ambientais.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)