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CPMI do INSS rejeita convocar Lulinha e o ministro Jorge Messias

# CPMI do INSS Rejeita Convocação de Lulinha e Jorge Messias

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitou, nesta quinta-feira, por 19 votos contra 12, o requerimento para convocar Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O requerimento foi apresentado pelo partido Novo, que argumentava haver indícios financeiros apontando possível conexão entre operadores do esquema de fraudes e pessoas próximas ao presidente da República.

A oposição citava supostos depoimentos à Polícia Federal de Edson Claro, ex-funcionário de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, afirmando que o filho do presidente estaria recebendo uma mesada de R$ 300 mil. Os deputados da oposição ainda mencionavam o caso de Ricardo Bimbo, dirigente do PT, que teria recebido mais de R$ 8,4 milhões de uma empresa envolvida no esquema e, no mesmo período, pagou um boleto ao contador de Lulinha, investigado na Operação Fim da Linha por suspeita de lavagem de dinheiro.

O líder do governo na CPMI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), refutou veementemente as acusações. Pimenta acusou a oposição de querer “tirar o foco” da investigação sobre os desvios do INSS para criar palanque político e atingir o governo. Ele prometeu processar criminalmente e civilmente quem fizesse acusações sem prova contra Lulinha, desafiando os parlamentares a apresentarem documentos que comprovassem qualquer vínculo do filho do presidente com os desvios. Segundo Pimenta, a denúncia se baseava apenas no depoimento de “uma pessoa completamente desacreditada, um desqualificado, que não apresentou nenhuma prova”.

Por outro lado, o senador Sergio Moro (União-PR) defendeu a aprovação da convocação. Moro afirmou que o fato não poderia “permanecer mais escondido” e que parlamentares que blindassem o filho do presidente não estariam dignificando seus mandatos, argumentando que recusar a convocação “beira a prevaricação”.

Na mesma reunião, também foi rejeitado o requerimento para convocar o advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal. A rejeição ocorreu por 19 votos contra 11. A base governista acusou a oposição de tentar novamente desviar o foco da investigação. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou que o pedido era uma provocação e lembrou que os advogados-gerais da União do governo anterior não foram chamados para depor. Ela defendeu que o ministro Messias merecia “todo o nosso respeito” e que não havia necessidade de sua convocação.

A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), que havia apresentado o requerimento para convocar Messias, argumentava que o depoimento do advogado-geral era fundamental para esclarecer o acompanhamento dado pela Advocacia-Geral da União à situação e a transparência dos procedimentos adotados.

Em contrapartida, a CPMI aprovou nesta quinta-feira a convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ainda que o governador tenha enviado carta à comissão afirmando não ter qualquer relação com a financeira investigada e ter deixado a empresa quando assumiu o governo estadual. A comissão também rejeitou pedidos de quebra de sigilos e convocações de representantes de instituições financeiras como Santander, C6 e Crefisa, bem como o depoimento de Danielle Miranda Fonteles, responsável pela Pepper Comunicação Interativa.

Após a reunião, o presidente da CPMI, Vicentinho Alves, informou à imprensa que já está buscando assinaturas para estender o prazo da comissão, que atualmente tem como data final 28 de março de 2026. A CPMI foi criada para investigar as fraudes em descontos associativos de aposentados e pensionistas do INSS, esquema descoberto em abril deste ano após investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)