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Falta de tempo é a maior barreira para consumo de cultura, diz estudo

A principal barreira para o consumo de produtos culturais pelos brasileiros é a falta de tempo, apontada por 33% dos entrevistados em pesquisa nacional sobre cultura. Em seguida, aparecem a falta de interesse, mencionada por 29%, e a falta de dinheiro para consumir cultura, citada por 24%. Esses dados foram apresentados no Mercado das Indústrias Criativas do Brasil, em Fortaleza, com base na Pesquisa Nacional sobre Cultura no Brasil, realizada pelo Instituto Nexus a pedido do Ministério da Cultura, que utilizou metodologia semelhante a pesquisas eleitorais para garantir representatividade do conjunto da população.

Além dessas dificuldades, a pesquisa revela nuances importantes sobre o consumo cultural no país. Ainda que o tempo e o custo sejam entraves, o consumo de cultura tem apresentado crescimento, especialmente impulsionado pelas plataformas de streaming, que lideram a preferência com 83% dos brasileiros ouvindo músicas e 73% assistindo filmes via esses serviços. As atividades presenciais, como apresentações de música, dança, teatro, exposições e visitas a museus, também têm registrado aumento significativo, sinalizando uma retomada do interesse por experiências culturais ao vivo.

Outro fator relevante é a desigualdade no acesso e participação cultural. Enquanto 100% das pessoas das classes A e B realizaram alguma atividade cultural nos últimos 12 meses, esse percentual cai para 88% nas classes D e E. A escolaridade também influencia, sendo a frequência a essas atividades maior entre quem concluiu o ensino superior. Além disso, muitos brasileiros ainda sentem falta de ofertas culturais em suas regiões, principalmente em municípios de pequeno porte, o que reforça a importância da descentralização das ações culturais.

Contudo, a pesquisa ressalta que não apenas a disponibilidade, mas aspectos como interesse pessoal e capacidade financeira são determinantes para o engajamento cultural. A falta de programas gratuitos ou acessíveis, especialmente para as classes com menor renda, contribui para a exclusão cultural, mesmo em um cenário onde há crescimento no consumo, sobretudo por meios digitais.

Portanto, embora o acesso e a participação em atividades culturais estejam crescendo no Brasil, a falta de tempo, interesse e recursos financeiros continuam sendo obstáculos significativos para uma parcela importante da população, reforçando a necessidade de políticas públicas eficazes que promovam o acesso democrático à cultura e a oferta de eventos diversificados e acessíveis em todo o país.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)