A cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi assassinada na tarde de sexta-feira (5) no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, em Brasília, em um crime investigado como feminicídio pela Polícia Civil do Distrito Federal. O principal suspeito é um soldado de 21 anos, que confessou a autoria do homicídio e permanece preso no Batalhão da Polícia do Exército. Segundo a investigação, o crime ocorreu após uma discussão entre os dois, motivada pelo descontentamento da vítima com o relacionamento do soldado com outra namorada, embora familiares da vítima neguem que houvesse relação entre eles.
O soldado relatou que, durante a briga, desferiu uma facada no pescoço da cabo Maria de Lourdes, que logo morreu no local. Em seguida, ele ateou fogo nas instalações do quartel, onde havia grande quantidade de material combustível, e o corpo da vítima foi encontrado carbonizado pelos bombeiros. O suspeito não possuía antecedentes criminais e responderá pelos crimes de feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, podendo ser condenado a até 54 anos de prisão.
Maria de Lourdes era saxofonista da banda do regimento e tinha cinco meses de serviço no Exército, período em que se destacou pela dedicação e profissionalismo. A corporação manifestou profundo pesar pela perda e informou que prestará assistência à família da militar. O soldado será excluído da Força Militar após a conclusão do Inquérito Policial Militar instaurado para apurar o caso.
Este crime integra a crescente onda de feminicídios que tem abalado o país recentemente, com vários episódios de violência extrema contra mulheres em diferentes estados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a situação em discurso recente, fazendo um apelo para o engajamento dos homens na mudança da cultura de violência de gênero que persiste na sociedade.
