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União Brasil decide expulsar ministro Celso Sabino da legenda

A Comissão Executiva Nacional do União Brasil decidiu, em 8 de dezembro de 2025, expulsar o deputado federal e ministro do Turismo Celso Sabino, cancelando sua filiação ao partido. A medida foi motivada pelo fato de Sabino ter descumprido uma determinação interna do partido, anunciada em setembro daquele ano, que exigia que todos os filiados deixassem cargos ou funções comissionadas no governo federal. Sabino permaneceu no Ministério do Turismo, contrariando a ordem do União Brasil e sendo acusado de infidelidade partidária.

Celso Sabino chegou a anunciar publicamente sua intenção de renunciar ao ministério e entregou uma carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas voltou atrás, alegando que não poderia abandonar os programas em execução, especialmente com a proximidade da realização da COP30 no Pará, seu estado de origem. Em suas redes sociais, Sabino afirmou que optou por continuar no governo para ajudar o Pará e servir ao país, ressaltando que sua decisão estava alinhada com o projeto do presidente Lula. Ele declarou sair do União Brasil “com a cabeça erguida e ficha limpa” e criticou a pressa do partido em exigir sua saída em 24 horas, afirmando que tal atitude, perto da COP30, seria irresponsável.

Além da expulsão do ministro, o União Brasil também promoveu uma intervenção no Diretório Estadual do Pará, instaurando uma Comissão Executiva Interventora para presidi-lo. Sabino classificou essa medida como injusta e equivocada, alegando que o diretório paraense havia sido eleito conforme as regras do partido e não cometeu infrações regimentais.

O contexto da expulsão reflete uma ruptura do União Brasil com o governo Lula, reforçada em setembro de 2025, quando o partido determinou o afastamento de seus filiados de cargos no governo federal, reforçando o distanciamento político da gestão atual. A decisão de Sabino de manter seu ministério gerou desgaste com a cúpula do partido, que o afastou de funções internas e do comando do diretório no Pará ainda em outubro. Sabino, que pretende disputar uma vaga no Senado pelo Pará em 2026, acredita que sua permanência no Ministério do Turismo até o limite legal de desincompatibilização fortalecerá sua visibilidade e projeto político, embora enfrente oposição local e negociações complexas para viabilizar sua candidatura.

Celso Sabino é advogado, administrador, auditor fiscal e já ocupou cargos no governo do Pará antes de sua eleição para a Câmara dos Deputados em 2018, filiando-se ao União Brasil em 2021. Ele teve uma trajetória política marcada por alianças diversas, inicialmente próximo da base de Jair Bolsonaro e ligada ao presidente da Câmara Arthur Lira, mas durante o governo Lula adotou uma postura controversa, inclusive votando contra o Planalto em temas relevantes.

A expulsão de Sabino do União Brasil representa um momento decisivo na relação entre o partido e seus membros que integram o governo federal, evidenciando tensões internas e desafios para a unidade partidária às vésperas das eleições de 2026.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)