A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento que pode condenar seis réus ligados ao núcleo 2 da trama golpista ocorrida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão começou na manhã desta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, e foi suspensa por volta das 14h para o almoço, com os ministros continuando a ouvir as sustentações das defesas dos acusados. Entre os réus estão Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro; Marcelo Câmara, ex-assessor; Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal; Mário Fernandes, general da reserva do Exército; Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça.
Os réus respondem a acusações graves, como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Na manhã do julgamento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os envolvidos, enquanto as defesas de Filipe Martins e de Fernando de Sousa Oliveira apresentaram seus argumentos, seguindo-se a defesa de Marcelo Câmara.
Este processo integra uma série de investigações e julgamentos sobre a tentativa de golpe de 2022. Até o momento, o STF já condenou 24 réus, que pertencem aos núcleos 1, 3 e 4 liderados em parte por Jair Bolsonaro e outros envolvidos. Já o núcleo 5, composto por Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, mora nos Estados Unidos, e seu julgamento ainda não tem data prevista.
O caso ganhou destaque nacional por sua gravidade e por envolver altos cargos do governo anterior, com acusações de que os réus utilizaram funções públicas para arquitetar ações coordenadas que incluíam desde a elaboração de um decreto para instaurar estado de sítio ou de defesa até o planejamento de atos violentos e ações para interferir no processo eleitoral. O julgamento dessa fase é visto como decisivo para responsabilizar os envolvidos na tentativa de abalar a ordem democrática do país.

