# CDHC da Alerj Registra 383 Denúncias de Violações de Direitos Humanos em 2025
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) contabilizou 203 atendimentos que resultaram em 383 denúncias de violações de direitos humanos até 7 de novembro deste ano. O volume representa uma média de 1,5 atendimento por dia, mantendo-se estável em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registradas 385 denúncias.
Responsável por receber denúncias, orientar encaminhamentos e acompanhar cada caso, a comissão aprimorou significativamente sua metodologia em 2025. A instituição implementou novas categorias e qualificou melhor os contextos de violação, resultando em mudanças importantes na caracterização dos problemas enfrentados pela população fluminense.
Pela primeira vez, demandas sociais ou jurídicas deixaram de ser as categorias mais frequentes entre as denúncias. Em seu lugar, destacam-se violações de acesso à saúde, que somaram 23 registros, abrangendo desde dificuldades de acesso à rede pública até problemas com administração de medicamentos. A categoria de saúde mental também se destacou com 21 casos, refletindo consequências psicológicas acumuladas por violações reiteradas.
O levantamento da comissão reforça um padrão histórico preocupante: a concentração de violações contra a população negra. Foram registradas 93 violações contra pessoas pretas, distribuídas em 44 atendimentos, representando 50,5% e 48,4% do total, respectivamente. Quando se agregam pretos e pardos, totalizam-se 128 violações em 61 atendimentos, o equivalente a 69,5% e 67,1% dos registros. Nos acompanhamentos, a tendência se repetiu: foram 75 violações contra pessoas pretas em 19 casos, chegando a 116 quando incluídas pessoas pardas. No comparativo entre 2024 e 2025, houve aumento preocupante da proporção de violações envolvendo pessoas pretas e pardas, passando de 67,2% para 69,5%.
O sistema prisional permanece como principal locus de violações tanto nos atendimentos quanto nos acompanhamentos realizados pela comissão. A maioria das vítimas atendidas é composta por homens entre 25 e 29 anos. Quanto ao tipo de violador, prevaleceram denúncias cometidas por pessoas físicas, seguidas por agentes do governo estadual. Os dados revelam uma realidade complexa que demanda atenção contínua e ações concretas para a proteção dos direitos fundamentais da população fluminense, especialmente daqueles historicamente mais vulneráveis.

