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Mortes no país crescem 4,6% em 2024, maior alta fora anos de pandemia

O Brasil registrou quase 1,5 milhão de mortes em 2024, o que representa um crescimento de 4,6% em relação a 2023, embora esse número fique 0,6% abaixo do registrado em 2022, ano ainda marcado pelos efeitos da pandemia de covid-19. Esse aumento é o maior dos últimos 20 anos, excetuando o período pandêmico, pois antes disso nenhum ano apresentava uma alta superior a 3,5%.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em informações coletadas em mais de 8 mil cartórios pelo país. A pandemia ocasionou mais de 700 mil mortes entre 2020 e 2023, impactando o cenário demográfico recente.

Especialistas explicam que o crescimento no número de óbitos é esperado devido ao envelhecimento da população brasileira, pois a maioria dos óbitos ocorre entre pessoas mais idosas. As causas de morte mais comuns são doenças circulatórias, como infartos e problemas cardíacos. Observou-se que no Distrito Federal houve um aumento significativo de óbitos, atribuídos em parte a causas relacionadas à dengue, indicando a necessidade de análises complementares para entender melhor essas variações.

Em 2024, 90,9% das mortes foram por causas naturais, enquanto 6,9% resultaram de causas não naturais, incluindo homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e outros acidentes. A pesquisa também mostrou que nasceram 105 meninos para cada 100 meninas, porém, a mortalidade masculina é superior: para cada 100 mortes femininas, ocorrem 120 masculinas. Esse desequilíbrio é ainda mais acentuado nas causas não naturais, com o número de óbitos masculinos nessa categoria sendo 4,7 vezes maior que o feminino, especialmente na faixa etária de 15 a 29 anos, onde a sobremortalidade masculina por causas não naturais é 7,7 vezes maior.

Assim, o aumento na mortalidade reflete tanto fatores demográficos — como o envelhecimento populacional — quanto questões sociais e de saúde pública, que demandam atenção para mitigar os impactos tendo em vista a evolução desse cenário nos próximos anos.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)