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Sabalenka diz não ser justo que mulheres enfrentem atletas trans

A atual número 1 do mundo no tênis, Aryna Sabalenka, declarou ser contra a participação de atletas transgêneros em competições femininas, afirmando que seria injusto para as mulheres enfrentarem “homens biológicos”. Em entrevista ao jornalista Piers Morgan, a bielorrussa disse que, embora não tenha nada pessoal contra atletas trans, acredita que eles ainda possuem uma vantagem física significativa, o que compromete a igualdade nas disputas do tênis profissional feminino. Sabalenka ressaltou que as mulheres treinam a vida inteira para atingir seu ápice, e que competir contra pessoas biologicamente mais fortes não seria justo nem respeita o espírito esportivo. Ela argumentou que a transição de gênero não elimina totalmente as diferenças musculoesqueléticas derivadas da puberdade masculina.

A Política de Participação de Gênero da WTA autoriza a inclusão de mulheres trans no circuito feminino desde que cumpram alguns critérios, como declarar o gênero feminino por no mínimo quatro anos, manter níveis reduzidos de testosterona e submeter-se a procedimentos de testes, com possíveis ajustes analisados caso a caso pela gestão médica da WTA. No entanto, não há atualmente jogadoras trans em competições profissionais de tênis, e o único caso documentado foi da tenista Renée Richards, que competiu entre 1977 e 1981, e depois se tornou treinadora de Martina Navratilova, que, por sua vez, tem sido uma crítica da inclusão de atletas trans no esporte feminino.

O tema é controverso no meio esportivo. Personalidades como Nick Kyrgios, adversário de Sabalenka em um evento exibição denominado “Batalha dos Sexos”, concordam com a tenista. Por outro lado, figuras importantes do tênis, como Billie Jean King, consideram que excluir atletas transgênero das competições é uma forma de discriminação. Nos últimos anos, diversas entidades esportivas revisaram seus regulamentos para restringir a participação de atletas que passaram pela puberdade masculina nas categorias femininas, motivadas pelo debate sobre vantagens biológicas que esta transição não eliminaria completamente.

A nova edição da “Batalha dos Sexos”, em que Sabalenka enfrentará Kyrgios, trouxe à tona novamente esse debate na véspera do confronto, marcado para 28 de dezembro. Na disputa, regras adaptadas igualam algumas condições para a questão das diferenças físicas entre gêneros, como um lado da quadra menor para Sabalenka e limite de saques para ambos os tenistas. Apesar das opiniões divergentes, o assunto sobre a participação de atletas transgênero no esporte feminino permanece complexo, mesclando questões de justiça esportiva, direitos individuais e inclusão social.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)