Home / Brasil e Mundo / BC mantém juros básicos em 15% ao ano pela quarta vez seguida

BC mantém juros básicos em 15% ao ano pela quarta vez seguida

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. Essa é a quarta vez consecutiva que o Copom opta por não alterar a Selic, decisão que já era esperada pelo mercado financeiro. O cenário atual, com a inflação recuando e a economia desacelerando, motivou o Banco Central a manter o nível dos juros para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida, sem comprometer a estabilidade econômica.

O Copom enfatiza em seu comunicado que a estratégia de manter a taxa Selic no nível atual por um período prolongado é adequada para assegurar a meta de inflação e que seguirá vigilante para ajustar os passos futuros da política monetária, caso seja necessário, inclusive retomando um ciclo de aperto se as condições assim recomendarem. Apesar da manutenção dos juros, o comunicado ressalta a incerteza elevada no cenário econômico, recomendando cautela na condução das decisões monetárias.

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou em novembro a menor variação para o mês desde 2018, registrando 0,18%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,46%, dentro do teto do intervalo da meta de inflação contínua, que tem como centro 3% e tolerância entre 1,5% e 4,5%. O novo sistema de meta contínua, implementado em janeiro de 2025, avalia mensalmente o índice acumulado em 12 meses, proporcionando um acompanhamento mais flexível.

O Banco Central também revisou para baixo sua previsão de inflação para 2025, agora em 4,8%, enquanto o mercado financeiro, segundo o boletim Focus, projeta um fechamento do ano em torno de 4,4%. Em relação ao crescimento econômico, o BC reduziu sua previsão para o PIB de 2025 de 2,1% para 2%, enquanto os analistas do mercado estimam uma expansão ligeiramente melhor, de 2,25%.

A Selic, principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, quando elevada encarece o crédito, desestimulando o consumo e a produção, o que ajuda a conter os aumentos de preços. No entanto, juros mais altos também freiam o crescimento econômico. Por isso, o Copom mantém os juros altos como medida prudente, aguardando sinais mais claros de controle sustentável da inflação antes de considerar cortes na taxa básica.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)